sábado, 28 de junho de 2014

ROMÊNIA

Romênia, parte 1: O quê você vai encontrar.


Castelo de Peles
Sinaia

Viagem solo, em maio de 2014.

Por que Romênia? Essa foi a pergunta que ouvi da maioria das pessoas quando informadas sobre o meu próximo destino. Por quê? Porque era leste europeu e eu não o conhecia. Porque não aparecia nos roteiros convencionais das agências de turismo. Porque encontrei alguns blogs que informavam sobre a beleza do lugar. Porque apesar de desconhecido para a  maioria dos turistas brasileiros, é destino frequente para turistas europeus. Porque lá você tem os Cárpatos. Porque é a terra do Conde Drácula....



Sibiu
O que eu vi? Principalmente castelos, igrejas ortodoxas, museus e cidades medievais.

Roteiro realizado: Bucareste (3 dias, incluindo o dia de chegada), trem para Brasov (2 dias inteiros), Sibiu (2 dias), retorno para Bucareste e daí para o Brasil.

Língua: Romeno é uma mistura de português, espanhol, inglês, italiano e alguma outra que desconheço. A palavra escrita tem alguma semelhança com o português, mas a falada...é de outro planeta. Felizmente a maioria das pessoas falam inglês, ou pelo menos demonstram disposição para tentar te entender.

Comida: Boa, mas não achei excepcional. Felizmente não tende a ser apimentada. Em geral, sempre tem sopa. O que eu gostei foi um biscoito que eles comem como se fosse petisco, pelas ruas. Parece um pretzel e é vendido à rodo! Praticamente em todo bairro tem uma lojinha ou lojinhas. Na estação de trem, nas ruas mais comerciais ....Você compra por uma janelinha e  não tem como entrar na lojinha, que é praticamente toda ocupada com a máquina e o forno de produção. Dá para enxergar a forma como o produto é feito, pois a parede é toda transparente. Muito comum você ver as pessoas andando pelas ruas e comendo esse biscoito.


Castelo Pelisor

Dinheiro: O real é mais valorizado que o leu (leu no singular e lei no plural), o que é uma boa! Na capital e nas cidades turísticas é muito comum encontrar casas de câmbio. Também é possível trocar assim que se chega no aeroporto. Eu utilizei a casa de câmbio do aeroporto, que fica ainda na área restrita do desembarque. Apesar de todo mundo se referir à moeda como leu/lei, o nome atual da moeda é RON.

Locomoção nas e entre as cidadesUtilizei vários serviços de transporte.

Castelo de Bran
Trem: Fui de Bucareste à Brasov de trem. Comprei a passagem um dia antes da viagem. No bilhete vem indicado o número do vagão e a poltrona. Não é feito validação em máquina fora do trem. Com o bilhete em mãos basta entrar e sentar. Em algum momento aparecerá alguém, com roupa de funcionário do sistema ferroviário, que solicitará seu bilhete e depois te devolverá. A estação de Bucareste chama-se Gara de Nord e é fácil chegar até ela através do metrô.

Ônibus municipal: Em Brasov e Sibiu eu utilizei ônibus comum. Compra-se a passagem em máquinas que vendem o bilhete ou em cabines com nome "casa de bilete", onde alguém irá te fornecer a passagem. Em geral os pontos tem uma indicação de quais ônibus passam ali. Uma vez no ônibus, você insere o bilhete numa máquina e aperta um botão (alguns ônibus não precisam de apertar botão nenhum) e assim o seu bilhete é validado. Os ônibus possuem 3 portas e você pode entrar em qualquer uma delas.

Van: De Brasov para Sibiu eu fui de van. Na parte externa da estação ferroviária há o serviço regular de vans que levam para as cidades próximas. É mais barato e legalizado. Os horários são diferentes dos oferecidos pelo sistema de trem.


Águia com duas cabeças: símbolo da Transilvânia
Sinaia

Metrô: Em Bucareste, o sistema de metrô é bem servido na região turística e similar ao de São Paulo. Sem qualquer dificuldade. Não há metrô em Sibiu e Brasov.

Ônibus interestadual: De Sibiu para Bucareste. Mais barato e mais rápido que o trem. Comprei na véspera, ao lado da estação de trem.
Museu aberto ASTRA
Sibiu

Ônibus hip on hip off: Em Bucareste existe este sistema. Você paga mais caro, mas pode subir e descer por 24 horas dentro do principal trajeto turístico da cidade. Possui sistema de fone de ouvido com informações sobre os pontos de maior interesse (não tem em português). Ônibus é bom, mas o intervalo entre eles é muito longo. Informaram que era de 15 minutos, mas cheguei a esperar 30. Apesar disto eu recomendo para aquele turista que estiver fazendo o passeio por conta própria, como foi o meu caso.

Táxi: não utilizei. Em todos os blogs que pesquisei (TODOS) encontrei a recomendação de evitar os táxis devido ao fato de terem o hábito de quererem passar a perna no turista. Quando cheguei em Bucareste, retornando de Sibiu, fui abordada por um taxista que insistia em me oferecer o serviço dele por 15 lei. Agradeci e disse que só queria saber onde ficava a entrada do metrô (em Sibiu me informaram que era próximo à estação final do ônibus interestadual). Diante da minha contínua negativa o taxista ficou nervoso, levantou os braços e disse que ali não tinha metrô. Um outro taxista, que viu tudo, esperou o cara se afastar e apontou o local do metrô e desejou boa viagem. O negócio não é taxista e sim o ser humano. Tem gente boa e gente ruim em qualquer profissão. Ah! Metrô custa 4 lei. 


Sibiu
Chegando em Bucareste: Eu paguei por transfer. Esse foi o único serviço privado que solicitei. Isso encareceu a viagem, mas me deu mais tranquilidade. Agora que já vi como funciona a cidade, posso indicar o serviço convencional de ônibus. Vi muitos viajantes utilizando a linha 783, que liga o centro até o aeroporto. O único ponto a observar com mais atenção é o tempo de deslocamento entre o local em que você pegará o ônibus e o aeroporto.

Do que os romenos gostam: é um povo que gosta de cachorro e de flores. Não é necessário procurar por cachorros e quiosques de flores nas cidades. Eles estão em qualquer canto. Cachorros com donos e cachorros de rua. Todos com aspecto de bem alimentados e integrados à vida urbana. Quanto às flores, sempre tem alguém carregando um buquê enrolado em papel pardo. Observei mais de uma vez as pessoas pegando informações com alguém que carregava alguma flor em buquê ou em vaso, sobre onde havia comprado ou de como aquela planta era bonita. Apesar de não entender a língua romena, dava para perceber que esse era o assunto.
Fortaleza de Rasnov

Ciganos: Fácil encontrar ciganos na Romênia. Os que vi aparentavam ter uma origem mais humilde. Em geral falam mais alto que os demais romenos.

População: Apesar de ter visto muitas famílias com crianças, principalmente em Bucareste, é fácil notar que o que predomina é a população idosa. Isso é mais evidente nas cidades do interior.

Clima: Fui na primavera...e parecia o inverno da região sudeste brasileira. Aquele frio da região serrana. Apenas em Sibiu fez um pouco de calor. Melhor andar com um casaco leve ou pelo menos camisa de manga comprida.



Igreja em Sinaia
Religião: Igrejas cristãs ortodoxas em cada esquina e em todas as cidades! Lindas por fora e lindíssimas por dentro. As paredes são todas pintadas e o teto sempre tem uma cúpula. Realmente obras de arte. Assisti partes de algumas "missas" e ouvi muito canto. Ao contrário das igrejas ocidentais, existem pouquíssimos bancos e a maioria dos fiéis ficam em pé. A maioria das mulheres com lenço na cabeça.  O povo, em geral, é bem religioso e não passam em frente a uma igreja sem fazer o sinal da cruz, que aliás é feito de forma contrária à que os ocidentais fazem. Até os adolescentes tatuados e com cara de mau costumam fazer o sinal da cruz quando passam em frente a alguma igreja.

Conde Drácula: Não há um movimento turístico pesado sobre a
Castelo Bran
Bran
imagem do Conde Drácula. As informações são sobre o Príncipe Vlad Tepes e sem a histeria hollywoodiana. O castelo que inspirou a história está lá, mas sem a imagem do vampiro.


Recomendações gerais: Leve hidratante ou compre algum por lá, pois a Europa continental é seca. Se não gosta de cigarro, lamento. Europeu gosta de fumar. Leve pouca bagagem, pois facilita muito a locomoção entre as cidades.

O que você irá encontrar: Castelos, fortalezas, museus, povo educado, flores, cidades medievais, cachorros, igrejas ortodoxas em cada esquina, pretzel, florestas no estilo Harry Potter, Cárpatos, ovelhas nos campos, campos sem cerca...

Nos posts seguintes, uma descrição das cidades visitadas!

Aproveitem a viagem!



quarta-feira, 18 de junho de 2014

Disney aos 40!


Por vários motivos, o passeio à Disney foi adiado até os meus quarenta anos. Quando feito, foi com a desculpa de levar minha filha de 6 anos. Gostei. Não fiquei deslumbrada, mas realmente achei um bom passeio e pretendo retornar...não logo em seguida, mas quando o meu caçula também tiver pelo menos 6 anos...ou seja, pelo menos uns 4 anos depois da minha estréia no mundo de Alice. Afinal de contas, o resto do meu tempo funciona no esquema: "acorda Alice!"

Nesta postagem, as impressões de uma mãe de duas crianças que optou por levar apenas a mais velha; que ainda chama de Disney todo o complexo de parques de Orlando, que leu muitos blogs e páginas oficiais; que tem 40, mas muitas vezes se comporta como uma de 80; que reconhece que Orlando é um mundo "fake", feito para diversão e que cumpre seu papel: diverte!

Optei por relatar apenas percepções gerais. Informações detalhadas dos parque não estão presentes nesta postagem. Felizmente tem muito blog de qualidade dando essas informações, com muito mais propriedade que eu poderia oferecer. 

Viajantes: 3 adultos (eu, minha irmã e meu irmão) e 1 criança (minha filha de 6 anos).

Motivos de não ter levado o caçula de 2 anos: Crianças de 6 e de 2 anos tem ritmos diários bem distintos, pelo menos os meus tem. O menor não pode participar da mesma quantidade de brinquedos que a maior pode. O menor cansa mais rápido e por isso eu precisaria regular o ritmo de acordo com o mais novo, o que provavelmente acarretaria insatisfação da maior e aborrecimentos. O menor ainda não tem o mesmo grau de conhecimento do mundo Disney e Universal  que a maior possui, o que gera um nível de aproveitamento e satisfação bem distintos. Fiquei satisfeita com essa decisão, pois em termos de aproveitamento do que foi previamente planejado, tivemos sucesso. Vi muitas famílias com crianças de idades variadas, em que muitas vezes os pais já estavam cansados e brigando com as crianças e crianças pequenas que estavam visivelmente cansadas, chorosas enquanto os irmãos mais velhos estavam saltitantes e ainda cheios de gás. Você conhece seus filhos. Planeje sua viagem levando em consideração quem vale a pena ir dentro do roteiro que você pretende estabelecer. Viagem para Orlando não deve ser uma maratona para crianças pequenas. Essa é minha sincera e antipática opinião.

Moe, Larry e Joe
Malas: optei por levar uma mala grande, com poucas roupas para mim e minha filha. Lá comprei um kit de 4 malas no Walmart e fiz compras de roupas. Já havia me programado para reabastecer o armário das crianças e complementar o meu e do meu marido, por isso levei pouca roupa. As que eu comprasse por lá já iria colocar (e coloquei) em uso. Melhor chegar com pouca bagagem para facilitar a locomoção e o retorno, já que compras faz parte da programação nesse destino.

Lojas: faça uma seleção prévia pela internet dos seus interesses. Veja localização próxima ao hotel de produtos específicos e não subestime idas em supermercados e farmácias. Muitos produtos da Disney são mais baratos em supermercados, redes de farmácia e lojas de lembranças. Alguns produtos você realmente só encontrará nas lojas dos parques, portanto se o seu cronograma permitir, dê uma passada nessas lojinhas de recordações e rede de farmácia para ver o que eles tem antes de comprar nas lojas dos parques. Quanto aos outlets, nem pense em não usar os cupons de descontos que você adquire pela internet, pois é, sem sombra de dúvidas, muito vantajoso.

Carro: Sem pensar duas vezes....alugue o maior, caso você esteja
Carrinho
cogitando a ideia de fazer compras. Se você estiver certa que não irá comprar nadinha de nada...aí sim pode alugar um carro pequeno...mas você tem que estar muito certa que não pretende fazer compras! E sejamos sinceros, não fazer compras nesse destino... Com os preços absurdos que temos no Brasil?? Uhmm, acho pouco provável...

Época: se puder se dar o luxo...viaje na baixa temporada. Pesquisei em vários sites sobre as melhores épocas, no que diz respeito à lotação dos parques e vi que realmente setembro é o melhor mês. Eu fiquei 14 dias e os únicos dias que de fato enfrentei filas foram os dias que deixei para ir em parque nos sábados. Organizei os dias de modo que em um sábado eu fiz compras, o outro sábado foi parque mesmo, não teve jeito, e um domingo foi para ir o Discovery Cove, que é um parque aquático com entrada limitada de modo a nunca ficar lotado. Para mim, o que poderia haver de pior era ficar horas em filas, como li em vários relatos. No esquema que montei, viajando em setembro, consegui pegar filas em torno de 5 a 10 minutos de espera (não deu nem para perceber que eu estava em fila devido a forma como eles preparam os corredores de espera) e algumas atrações sem fila. Vou deixar claro: pra ter uma ideia do que me esperava, brinquedo do homem aranha e transformers sem fila! Aquelas montanhas russas com água podendo repetir direto!!!

Alimentação: nos parques você decide. Tem opções de lanche e
Lanchinho clássico dos parques Disney
almoço. Mas o almoço deles nem chega perto do nosso arroz, feijão e carne. Não que não seja gostoso, mas é sempre uma carne de hamburguer ou frango empanado. Bom, mas cansa. Intercale algumas refeições no IHop, em restaurantes fora do parque como Red Lobster e mesmo em uma churrascaria brasileira. Você merece. No mais compre no mercado alimentos para um café da manhã ou lanche noturno mais nutritivo (frutas, iogurtes, pães, leite, saladas prontas...).

Quantos dias: o máximo que você puder. Ficamos 14 dias no total,
Parque da Universal
com 9 parques, 2 dias para ir e voltar e 3 dias de compras. Nos dias da ida e da volta, compras só em farmácias ou lojinhas próximo ao hotel (lembrem-se que viajei com uma criança). Nos dias de parque, compras em supermercado, no final do dia, e se for possível deixe a criança no hotel, caso tenha mais adultos viajando com você que possa e queira ficar no hotel descansando. Se eu tivesse mais dias... eu faria outros parques.

Parques: 
Em todos os parque nós ficamos até o horário de encerramento ou muito próximo disso.
A) Disney: Magic Kingdom, Hollywood Studios, Epcot e Animal Kingdom. Se tiver que abrir mão de algum...não abra mão do Magic Kingdom! 
Hollywood Studios




Animal Kingdom


Epcot


B) Universal: vá nos dois. Não abra mão de nenhum deles.
Island of Adventure (Harry Potter)


C) Legoland: Se estiver com crianças até 12 anos, pode ir sem erro. Obs: Achei a comida deles mais saudável, em comparação aos outros parques visitados.
Legoland

D) Seaworld: bom parque, mas se não estivesse com criança eu teria saído mais cedo.
Seaworld

E) Discovery Cove: incluímos no roteiro pois achamos que seria uma boa opção para descansar. De fato é, pois a única atividade é ficar na água. Minha filha, que é fã de carteirinha de piscina, adorou. Recomendo apenas se a pessoa quiser realmente descansar. A comida deles é simples. Funciona no sistema all inclusive. Pelo que pude observar não vale a pena pagar para nadar com os golfinhos...Eu sei...sou chata!

Cirque du Soleil
Shows: existem vários shows disponíveis fora dos parques. Alguns com jantar e outros mais difundidos pela mídia, como o Blue Man Group e Cirque du Soleil. Fizemos o Cirque du Soleil. VÁ! De tudo o que fiz em Orlando, foi o mais lindo. Não foi o mais divertido, mas sem qualquer dúvida foi o que mais me emocionou. Fomos ao Cirque no mesmo dia do Animal Kingdom, pois este fecha às 17:00 h. Deu tempo de sair, ir para o Downtown, visitar as lojas e lanchar/jantar antes do show.


Halloween: na época que fomos pegamos atividades especiais do
Fantasiadas para o Halloween no Magic Kingdom
Halloween. Gostei de todas, em especial a extensão de horário noturno no Magic Kingdom, em que você pode ficar fantasiado. É o único momento em que permitem visitantes fantasiados na Disney. A fantasia é o visitante que providencia. O pessoal capricha! A maioria dos brinquedos fica aberta até meia-noite. Comprei fantasia para minha filha no Walmart. Eu e minha irmã nos pintamos de "Cruz credo" e "Deus me livre" (veja as fotos que você vai entender...). Meu irmão ficou de cara limpa.


Ingressos: Compre todos no Brasil. Não perca tempo em filas.


Recado final:
Atenção! Quem são seus companheiros de viagem? Só adultos? Casal com filhos? Muitas crianças?  Respeite o grupo caso não queira transformar seu dia de diversão em momentos de mau humor. Meu grupo era de 3 adultos (eu e meus irmãos!!!) e uma criança (minha filhota) e saímos do Brasil cientes que a viagem era para a criança. Adaptamos nossas vontades de compras, parques e comida ao que acreditávamos que fosse o mais proveitoso, divertido e menos cansativo para ela. Minha filha tem uma paciência e bom humor fora do comum (mas de qualquer forma sempre havia um tablet disponível para ela nos aguardar "mais felizinha" nos dias de compra!). Construa sua viagem levando em consideração a idade e temperamento dos viajantes e tenha sempre um plano B para cada dia. Relaxe se não conseguir fazer tudo o que programou. Apenas faça bem e com prazer aquilo que o tempo permitir. (Este parágrafo não é auto-ajuda, é sinceridade pura).

Aproveite sua viagem!