domingo, 21 de abril de 2019

GRUTA REI DO MATO, COM CRIANÇAS - SETE LAGOAS / MG.

GRUTA REI DO MATO, COM CRIANÇAS - SETE LAGOAS / MG.


Viagem em janeiro de 2019, dois adultos e duas crianças, de 7 e 12 anos.

Este passeio fez parte de uma viagem de carro por Minas Gerais. No trajeto entre uma cidade e outra, encontramos no mapa a indicação desta gruta e verificamos a existência de um passeio guiado. Aproveitamos que a gruta estava no meio do caminho e fomos conhecer o local.


O nome oficial é Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato. Ele faz parte do circuito Rotas das Grutas Peter Lund. Apenas para esclarecer, Peter Lund foi um pesquisador dinamarquês, considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil. O nome "Rei do Mato" é em homenagem a um homem que vivia no local. Não se sabe se era um andarilho, eremita ou fugitivo da Revolução de 30. 


A Gruta Rei do Mato, fica nas margens da BR-40, praticamente em frente à entrada para a cidade de Sete Lagoas. Não foi fácil achar a sinalização por placas. Pedimos ajuda em dois postos de gasolina, que nos indicaram o ponto exato que deveríamos sair da BR-040 e pegar a saída lateral direita para fazer o contorno de acesso à Gruta (estávamos no sentido Belo Horizonte/Brasília). Neste caso o GPS indicou a entrada correta. Digo neste caso, porque  durante a viagem por Minas Gerais, em vários pontos o caminho indicado pelo GPS não foi o melhor. Em alguns casos nos mandou para pontos diferentes. Depois de alguns erros, decidimos combinar GPS com informação de moradores do local. Uma vez na pista da saída lateral direita, fizemos o contorno e entramos no ponto indicado pelo GPS. Atenção! Uma vez neste contorno, a placa indicando a entrada para a Gruta aparece depois da entrada! Isso aí! Dá pra acreditar? Acredite. O GPS nos salvou de ter que repetir o retorno. Comentamos com a funcionária do parque e ela já disse que muitos turistas reclamam disso e que os responsáveis pelo parque já pediram, sem sucesso, o ajuste dessa placa.

Bilheteria de acesso à Gruta Rei do Mato.

A Gruta possui um estacionamento amplo, banheiros, galeria com exposição de arte, lanchonete, bebedor, parquinho e guias. O passeio pela gruta deve ser guiado. As saídas com os guias são em horários pré-determinados, e ficamos esperando a nossa vez. Enquanto isso as crianças brincaram no parquinho e fizeram um lanche.

Parquinho entre a bilheteria e a lanchonete.

Para realizar o percurso é obrigatório o uso de sapato fechado. Eles fornecem toucas descartáveis e capacetes de proteção. Todo o passeio dura aproximadamente 1 hora. A entrada é paga (na época R$ 25,00  para adulto e R$ 12,50 a meia). Na época em que fomos não aceitavam cartão. Funcionamento de 9 da manhã até 16 horas. Abre todos os dias da semana. Idade mínima para realizar o passeio é 6 anos.



O início do passeio é numa parte que parece uma cobertura de pedra e que apresenta pinturas rupestres, denominada Grutinha. O guia vai mostrando o contorno de cada uma e o significado. Explica as condições em que foram encontradas e as crianças vão identificando de acordo com as informações passadas. Isso é bem legal!

Entrada da Gruta Rei do Mato.


Logo após essa parte, fomos em direção à entrada da gruta. Todo o passeio é realizado em passarelas e escadarias, percorrendo 220 metros. O total descoberto é de 998 metros de extensão, mas apenas os 220 metros iniciais são para acesso de turistas.


Passarela e escadarias no interior da gruta.

Você irá se deparar com muitas estalactites, estalagmites, colunas e outras formações rochosas. Algumas com formatos que lembram sorvete, couve flor e alguns animais. Algumas dessas formações foram depredadas, antes da instituição do local como Monumento Estadual e sua consequente proteção.


As crianças irão aprender que esta gruta é uma gruta viva, pois ela está em processo contínuo de transformação. Procure por pontos que parecem goteiras e provavelmente encontrará uma estalactite e estalagmite em crescimento.


Lembre-se de não tocar em nada, para evitar danos às estruturas do  local.

Aproveite o passeio!!!

sexta-feira, 19 de abril de 2019

EL CHALTÉN

EL CHALTÉN - Parque Nacional Los Glaciares.

Fitz Roy visto da Laguna de Los Tres.

Viagem em novembro de 2018, dois adultos.

O Parque Nacional Los Glaciares envolve não só a área da cidade de El Chaltén, mas também parte de El Calafate e arredores. Neste post, as trilhas e demais informações são referentes aos passeios que fizemos, tendo como base de apoio a cidade de El Chaltén.

El Chaltén fica na Patogônia Argentina e é pra lá que você deve ir se quiser conhecer os cerros (montanhas) Fitz Roy e Torre. Se sua programação for trilhas, este é um bom destino. O local também é bem conhecido pelas opções de escalada.

Nesta viagem fizemos algumas trilhas no estilo bate e volta, mas existem muitos circuitos que permitem dormir em acampamentos durante a viagem.

Nosso trajeto até El Chaltén:

A cidade de El Chaltén é pequena e um tanto quanto distante de centros maiores. Apesar disto, chegar lá não representa nenhum desafio, pois o turismo de aventura é forte na região. Pegamos um voo em Buenos Aires, com destino à cidade de El Calafate, que possui uma estrutura maior que El Chaltén, que não possui aeroporto. Dormimos uma noite naquela cidade e no dia seguinte pegamos um ônibus com destino à El Chaltén. 

Transfer aeroporto El Calafate/hotel em El Calafate:


No aeroporto de El Calafate encontramos a empresa responsável por nos levar até o hotel que havíamos reservado para passar a noite, já que apenas iríamos para El Chaltén no dia seguinte. As empresas que fazem o serviço de shuttle ficam na área de desembarque. Alguns funcionários ficam com placas com nome dos turistas, para se identificar. No nosso caso, a empresa possuía um pequeno stand no aeroporto e nosso nome estava numa lista, na janela de vidro do stand e não numa placa em posse de funcionários na área de desembarque. A empresa era "VES airporte shuttle"e atendeu nossas necessidades no horário marcado, dentro do proposto. Eles também foram os responsáveis por nos pegar no hotel em El Calafate e nos levar até o aeroporto da cidade, quando fizemos o trajeto para retorno ao Brasil

De ônibus até El Chaltén:

Hotel / Parador La Leona. Metade do caminho entre El Calafate e El Chaltén.

A viagem de ônibus até El Chaltén demora 3 horas, com uma única parada, num parador/hotel que funciona como apoio para este trajeto. É o Hotel Leona. Ele é considerado um patrimônio histórico nacional, com história envolvendo bandoleiros com Butch Cassidy e Sundance Kid, além e de ter servido de apoio para vários escaladores que desbravaram a região. Lá tem banheiro e uma pequena lanchonete, com aspecto acolhedor. A parada é bem rápida, com tempo apenas para esticar as pernas. Neste ponto você estará praticamente no meio do caminho entre El Calafate e El Chaltén.

Na rodoviária de El Chaltén, pegamos nossas mochilas e fomos para o hotel. Nessa região é esperado que você pague uma gorjeta para a pessoa que retira sua bagagem do porta-malas do ônibus.
Ao lado da rodoviária de El Chaltén, recebida com muito vento.

Onde comprar bilhete de ônibus para El Chaltén:

O bilhete de ônibus para El Chaltén pode ser comprado na rodoviária de El Calafate ou em lojas de turismo espalhadas pela cidade (foi o que fizemos). Pode ser comprado de uma vez a ida e a volta. Algumas empresas de turismo te informarão que você precisará trocar este bilhete por um outro na rodoviária. Isto dependerá da empresa de transporte que fará o trajeto. Comprando de uma empresa de turismo você pode perguntar se eles tem a opção de te pegar no hotel e te levar até a rodoviária, caso esteja hospedado um pouco mais distante da rodoviária. Compramos da empresa Chalténtravel turismo.

Ônibus que fez o trajeto até El Chalén.

Os ônibus são de dois andares e apresentavam bom estado de conservação. Prepare alguns pesos argentinos trocados pois costuma existir um taxa para pagar quando chegar ou sair da cidade de El Chaltén. 

Ah! Antes de parar na rodoviária do seu destino final, o ônibus irá parar no centro de visitantes do Parque Nacional Los Glaciares, bem na entrada da cidade, para passar algumas informações importantes sobre a região.  Essas informações são no sentido de fazer com que você tenha uma ideia de como é a região e de como a fauna e a flora do local precisam ser preservados.  Você está entrando numa área ecologicamente frágil e que necessita de sua atenção para continuar sendo aproveitada por todos. Depois disso, você voltará para o ônibus e seguirá para a rodoviária.
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El Chaltén:

Não espere agitação na cidade. É um local pequeno e calmo.Voltado para turismo de aventura, com destaque para trilhas e escaladas. Possui alguns restaurantes, uma livraria, uma farmácia e um supermercado. Nós utilizamos o supermercado da outra cidade (El Calafate) e levamos algumas coisas para pequenos lanches. O que não falta é hospedagem.

Outro aspecto que me chamou a atenção, foi a ventania. Ventos fortes.

Nosso hotel em El Chaltén:





Escolhemos nossa hospedagem pelo Booking (Cabanas Nahuel Pan). O local estava conforme as fotos e descrição do site. Esta hospedagem não fica próxima à rodoviária. Gastamos uns 10 minutos até lá. 





Nossa anfitriã era muito atenciosa. Nos forneceu informações sobre passeios e sobre a rotina da cidade. 





Ficamos em uma pequena casinha, com banheiro, quarto de casal  cozinha integrada com copa, que possuía uma cama extra. Local bem aconchegante e limpo. 




De manhã era servido um café no próprio chalé onde ficamos, em horário combinado com a anfitriã. Na reserva só estava incluso o café da manhã, mas como opcional havia sopa para jantar. Recomendo o local!!


Recomendações gerais:

Prepare-se para paisagens de tirar o fôlego e para muito vento. A região é conhecida por ter modificações climáticas com muita frequência. 

Vista-se em camadas, evite o algodão ou a viscose (absorvem a umidade), use calçados confortáveis e de acordo com os tipos de passeio que deseja fazer. Não esqueça de óculos de sol, pois a luminosidade nos glaciares machucará seus olhos.

Leve garrafa de água e mantenha-se hidratado. Saiba que as águas correntes da região são potáveis. Basta abrir a garrafinha e reabastecer. Fizemos isso várias vezes e publiquei um vídeo sobre isso em nossa página no facebook (lembrando para reabastecer sempre em água corrente!!).  Olha o link aqui! Água para beber no Parque Nacional Los Glaciares - El Chaltén.

Carregue seu lixo.

Protetor solar é bem-vindo, assim como pequenos lanches, pois muitas trilhas levam quase o dia inteiro e você não encontrará comida nos trajetos. 

Utilizei bastões de caminhada, que me ajudaram muito. 

Com um dos bastões de caminhada e a roupa usada em camada (tirei e coloquei várias vezes).

Mochila equipada com lanche, capa de chuva e outras roupas extras, de acordo com a época que estiver viajando. Fui no final da primavera e deixei de fácil acesso: capa de chuva, luva, gorro e blusa extra de fleece. Usei tudo.

Mochila com garrafa d'água, lanche, gorro, luvas, fleece, óculos.

Fique atendo ao horário do pôr do sol e avise no hotel qual trajeto que pretende fazer. Os horários indicados nos informativos (podem ser adquiridos na rodoviária, em alguns hotéis e empresas de turismo, além de forma gratuita no centro de visitantes) são bem realistas. 

Preste atenção nos galhos das árvores. A queda desses galhos é bem comum e você inclusive encontrará algumas placas te alertando sobre isso.


Para fazer xixi e cocô, utilize a natureza, mas longe de cursos de água! Em alguns pontos (normalmente acampamentos, há banheiros com aspecto de banheiro químico). Para facilitar minha vida, utilizei um aparato de garrafa pet, para o xixi não ficar respingando em minhas pernas, quando utilizava esses banheiros. Olha a dica que deixei no facebook. Só click ao lado: Xixi no mato.

Trilhas que realizamos:

Fizemos as três trilhas listadas, na ordem em que aparecem no texto. Nenhuma das trilhas exige guia. São bem marcadas e sinalizadas. Mesmo assim, estude o trajeto antes e utilize um mapa.

Laguna Torre: 

Início da trilha, toda encapotada. Durante o trajeto, em alguns momentos, retira gorro e casaco e depois coloca tudo de novo!

Trilha de 22 km ida e volta (Leve em consideração a distância do hotel até o início da trilha. Essa distância não será grande, uma vez que a cidade é bem pequena).

Início da trilha, com subida. Comecei a suar e tirar o casaco.

Saímos logo após o café da manhã. O início da trilha está nos limites da cidade. Na avenida principal (Av. San Martin) há uma placa indicando o início da trilha, mas pela localização de nosso hotel, utilizamos a rua Ricardo Arbilla, que leva até a uma escadaria. Subimos e logo avistamos uma placa no alto do morro, indicando o início da trilha.

Quando diminuem as subidas, o calor diminui e volta a usar o casaco.

É considerada de nível médio, quanto à dificuldade. Apenas no início que a subida é mais longa. Maior parte em terreno plano, com bosques e trechos com vegetação baixa.

Laguna Torre. Neste momento, já bem mais frio, com chuvisco e preparando para pegar as luvas!

Antes de chegar ao final da trilha (a própria Laguna Torre), você passará no acampamento De Agostini, que é utilizado pelos escaladores que vão até o Cerro Torre. Neste acampamento há um banheiro estilo banheiro químico. Mas não é um banheiro químico. Apenas um grande buraco no chão, protegido por um caixote externo com aspecto de banheiro químico.



Chorrillo del Salto:


Esta é uma caminhada leve, de apenas 6 km (ida e volta), sem desnível. 

A princípio não estava nos planos, mas acordei no dia seguinte da caminhada até Laguna Torre, com os pés e joelhos doloridos. Como ainda tínhamos um dia para outra caminhada mais longa, decidimos intercalar com essa, que é mais leve, o que aumentaria as chances de estar em condições de fazer a outra caminhada mais pesada, no dia seguinte.


É uma caminhada rápida, de apenas uma manhã, que termina numa cascata. No final da trilha, pode aproveitar para descansar, fazer um lanche e curtir um visual que também é belíssimo.


Para chegar até o início da trilha, siga pela Avenida San Martin, como se fosse para a trilha do Fitz Roy, passando ao lado do Río de Las Vueltas e de um albergue bem conhecido e que fica nesta mesma avenida (Albergue Río Grande). Depois disso você vai encontrar placas indicando o início da trilha.

Río de las Vueltas.

Não esqueça de pegar mapas que são distribuídos na rodoviária, no centro de visitantes ou nos hotéis. Eles são muito úteis e fáceis de entender. Ajudam bastante!


Laguna de los Tres:

Laguna de Los Tres, ainda congelada.

Trilha de 20 km (ida e volta). Parte da trilha é considerada de nível médio e a parte final de nível de dificuldade alta. Chegando até a Laguna, você vai encarar o Fitz Roy, tendo um lago aos seus pés. Ao lado deste lago (Laguna de los Tres) há um lago menor, denominado Laguna Sucía (quando foi descoberta pelos colonizadores, ela estava cheia de galhos de árvores e resto de degelo). 
Laguna Sucía

A partir de determinado ponto entre a Laguna de los Tres e Laguna Sucía está o ponto que só é permitido o acesso para aqueles que se registraram no Parque, solicitando autorização para escalar o Fitz Roy.


O trajeto de ida e de volta está lotado de paisagens lindas. Em alguns momentos lembrei de cenas do Senhor dos Anéis e em outros pontos tinha a impressão que iria encontrar os sete anões cantando "eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou". Sério. O lugar parece o cenário de filmes e livros.


A trilha tanto pode ser feita partindo ou voltando para a cidade de El Chaltén. Nós optamos por fazer no sentido do retorno para a cidade. Para isso, contratamos um remis (espécie de táxi argentino) que nos levou até a Hostelaria El Pilar. De lá partimos para a Laguna de Los Tres e de lá para El Chaltén.
Início de nosso trajeto - Hostería El Pilar.

Dessa forma, nosso trajeto passou na seguinte ordem, pelos principais pontos da trilha: Hostelaria El Pilar, Mirador Piedras Blancas, Acampamento Poincenot, cruzamos o Río Blanco (uma ponte onde deve passar uma pessoa por vez), Laguna de los Tres e Laguna Sucía (aqui paramos para lanchar), retorno para acampamento Poincenot, Laguna Capri, Mirador Río de las Vueltas e finalmente o limite da cidade de El Chaltén.

Vista do Mirante Piedras Blancas.

Ponte sobre Río Blanco. Do outro lado já inicia o último trajeto de subida até Laguna de Los Tres.

Com o mapa na mão, você vai perceber que pode fazer a volta passando ou pela Laguna Capri ou pelas Laguna Madre e Laguna Hija, saindo num ponto da trilha para Laguna Torre. Neste caso o caminho de volta será bem mais longo. A escolha do caminho é questão de tempo, condições físicas e pontos que deseja visitar.

Laguna Capri.

Assim que chegamos na cidade, paramos num dos vários restaurantes existentes na Avenida San Martin, para jantar, antes de seguir para o hotel.

Final do nosso trajeto, nos limites da área urbana de El Chaltén (fizemos o sentido Hostería El Pilar - El Chaltén).

A trilha só se torna cansativa, no sentido muscular, na porção do último quilômetro para chegar até a Laguna de los Tres. É uma subida íngreme, com pedras soltas e que parece que nunca vai acabar. Depois que você chega, fica feliz por ter insistido!! Cuidado com a descida, pois como disse, as pedras são soltas. No vídeo que você pode acessar clicando no link ao lado, mostra o visual do Laguna e nossa pausa para o almoço: Pausa para almoço em Laguna de Los Tres.

Início da parte final para chegar à Laguna de Los Tres (fica muito mais íngreme).

Parte final da subida até Laguna de Los Tres.

Em El Chaltén a estrutura para fazer trilhas realmente é muito boa. Se tiver a oportunidade, encare o vento e os músculos. O local e a experiência valem muitas caminhadas!

Aproveite a viagem!!