terça-feira, 26 de maio de 2020

RIO DE JANEIRO COM CRIANÇAS

RIO DE JANEIRO COM CRIANÇAS


Viagem ao Rio de Janeiro, capital. Dois adultos e duas crianças de 12 e 8 anos.

Esta postagem apresenta o roteiro que fizemos em novembro de 2019, num final de semana. Pode servir como sugestão apenas tendo como referência os pontos turísticos que visitamos, como também toda a logística que adotamos, caso você resida a uma distância da capital fluminense, que te permita aproveitar um sábado e domingo, como fizemos.

O plano de viagem consistia nos seguintes pontos:

1- Ônibus noturno para Rio de Janeiro, com previsão de chegada pela manhã de um sábado.

2- Café da manhã na rodoviária;

3- Táxi/Uber para um dos pontos turísticos;

4- Pão de Açúcar e Praia Vermelha + Forte de Copacabana + Almoço.

5- Jardim Botânico.

6- Hotel antes do anoitecer (reservamos para apenas uma noite);

7- Café da manhã no hotel e check out;

8- Corcovado + Igreja da Candelária;

9- Almoço com amigos;

10- Centro Cultural Banco do Brasil + Livraria da Travessa + passeio pela orla até o Oceanário (sem visita ao oceanário).

11- Rodoviária para ônibus de volta; com tempo suficiente para jantar e fazer uma higiene;

12- Chegar na nossa cidade na segunda, antes da 6 da matina.

Puxado? Parece, mas não foi para nós. Ajuste de acordo com o relato abaixo e com suas necessidades.


BAGAGEM:

De acordo com o planejamento apresentado, só fomos para o hotel, no final da tarde. Por isso, montamos nossas bolsas pensando em carregá-las conosco durante todos os passeios. Portanto, fizemos o esquema abaixo:

Três mochilas leves, com os seguintes itens: uma muda de roupa para cada viajante (para ser usada após o banho no hotel e que seria usada no segundo dia do passeio); uma blusa extra para cada pessoa, para ser trocada na rodoviária, para quando fôssemos voltar para nossa cidade; uma muda de peça íntima para cada; um pijama para cada; uma meia e um chinelo para cada; material de higiene (escova de cabelo, escova de dentes, fio dental, pasta de dente e condicionador);  uma garrafinha d'água.  As mochilas foram carregadas por mim, meu marido e a criança mais velha. As mochilas ficaram bem enxutas e leves. Elas não eram mochilas de trekking e sim mochilas simples, no estilo das que os adolescentes utilizam nas escolas.

Além disso: celular, documentos e dinheiro pequeno, para eventualidades que não pudessem ser resolvidas com cartão.

COMO CHEGAMOS:

Pegamos um ônibus, estilo leito/semi-leito, na rodoviária de nossa cidade, por volta das 22 horas de uma sexta-feira. Partindo neste horário, nossa previsão de chegada na rodoviária Novo Rio (rodoviária do Rio de Janeiro) seria às 6:00 da matina.

Como não consegui descobrir se o ônibus oferecia manta, cada viajante levou um agasalho leve. No final das contas, o ônibus dispunha de manta. Esse estilo de ônibus permite uma inclinação da cadeira, mas ele não se transforma em cama. Também apresenta apoio para as pernas, ar condicionado, água e banheiro. Sistema de wi-fi não funcionou adequadamente, mas não chegou a representar problema, pois a intenção era tentar descansar.

Chegamos uns minutos antes das 6 da manhã e nos dirigimos ao andar superior da rodoviária, para tomar café da manhã. Não havia muito movimento e conseguimos uma mesa para quatro pessoas sem dificuldade. Por lá, nos servimos de leite com chocolate, café, pão de queijo e misto. Penteamos os cabelos e escovamos os dentes no banheiro e estávamos prontos para o final de semana. Ah! Existem dois pontos com banheiros no andar de cima da rodoviária Novo Rio. Um deles e pago e o outro não. Utilizei os dois e não encontrei diferenças. Caso você precise tomar banho, um dos banheiros tem o serviço de chuveiro.

LOCOMOÇÃO:

Da rodoviária Novo Rio para o primeiro passeio, pegamos um táxi na parte de baixo da rodoviária. Todos os demais trajetos entre os pontos que visitamos e a ida para o hotel, foram  realizados de Uber.

Para retornar à rodoviária, pegamos o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma vez que estávamos próximos à região do Oceanário, que é servida por este meio de transporte. O ponto do VLT para saltar é bem próximo da rodoviária e de lá precisamos andar apenas alguns metros e atravessar a rua.

HOTEL:

Escolhemos um hotel na região do Aterro do Flamengo, de frente para praia. A reserva foi feita pelo Booking.

Nosso quarto era amplo, com duas camas de solteiro e uma de casal e um banheiro bem espaçoso. Nossa janela permitia uma vista livre para o mar. No hotel, na parte da recepção, eles dispõem de um bebedor do modelo garrafão (permitiram que eu abastecesse minha garrafa d'água). Possui restaurante para refeições, além do café da manhã.

Café da manhã com variedades de itens que vão desde frutas, pães, bolos, iogurte, sucos, leite, café , chá, presunto, queijo e granola/sucrilhos. Bem variado, farto e sem luxo.

Utilizei o restaurante para jantar. Não é sistema self-service e sim a la carte, por isso demora para servir. Apesar da demora, a comida é boa e o atendimento cordial. Jantei com meu filho e levei um lanche para os outros dois viajantes. Caso desejasse, poderia ser tudo servido no quarto.

Instalações limpas, bom atendimento e serviços de acordo com minhas necessidade. Aprovado!

RETORNO/NA RODOVIÁRIA NOVO RIO:

Chegamos na rodoviária, umas duas horas antes do nosso retorno. Eu já havia comprado as passagens de volta para algo em torno de 21 horas (não recordo exatamente). Poderia também ter comprado na hora, pois há uma oferta razoável de horários para minha cidade de origem.

Assim que chegamos, fomos para o banheiro tentar diminuir a sujeira acumulada no dia. Lavamos mão, rosto, escovamos os cabelos e trocamos de blusa (lá em cima, na montagem da mochila, havia especificado que levei uma blusa para retornar).

Jantamos no Bob's e sobrou tempo para carregar os celulares (há uns pontos disponíveis para isso) e ficar relaxando, lendo uns livros que compramos durante o passeio.

Faltando 30 minutos, buscamos o portão do nosso ônibus e nos preparamos para embarcar. Uma vez acomodados, dormimos até chegar no nosso destino.

PASSEIOS:

1- PRAIA VERMELHA/PÃO DE AÇÚCAR.



O bondinho do Pão de Açúcar só iniciava os serviços as 8 da manhã (ou era as 9?) e como ainda faltavam alguns minutos para as 7, fomos até a Praia Vermelha (logo em frente). 

A região é uma área militar. Segurança em vários prédios da região, além de ser um bairro bem residencial.

Na praia encontramos várias pessoas se preparando para fazer alguma travessia ou outro tipo de desafio à nado. É uma praia bem pequena, de aproximadamente 200 metros.

Exatamente do lado esquerdo da praia fica o início de uma trilha que leva até o Morro da Urca (que é a primeira parada do bondinho). A primeira parte da trilha é em terreno asfaltado de 1250 metros e depois disso ela segue em terra, por 900 metros de subida, até a primeira parada do bondinho. Seu nome oficial é Pista Cláudio Coutinho, mas é bem conhecida como Trilha do Morro da Urca. Não é permitido bicicletas ou skate, nem animais, no local.



A parte asfaltada é limpa, bem sinalizada e com uma vista encantadora.

Caso encontre animais no caminho, não os alimente.

Quando faltava meia hora para a abertura do bondinho, nos dirigimos até a entrada e nos juntamos às demais pessoas que estavam fazendo fila.

Quando abriram os portões, nos dirigimos em fila até os totens de auto-atendimento e compramos os ingressos de acordo com o que queríamos. Os ingressos também podem ser adquiridos com antecedência no site oficial. Bondinho Pão de Açúcar.

Algumas pessoas haviam nos informados que Pão de Açúcar e Corcovado são atrações que lotam logo e que possuem filas imensas. Por isso optamos por fazer esses passeios logo que eles abrissem. Indo cedo, conseguimos entrar sem enfrentar filas cansativas.

Com ingresso em mãos, seguimos até a entrada do bondinho e partimos. O visual realmente é deslumbrante. Já conhecia, mas mesmo assim, fiquei admirada de novo. Para as crianças, que estavam tendo a primeira experiência no Rio de Janeiro, tudo foi novidade.



Como estávamos evitando a aglomeração de pessoas, que deveria iniciar em alguns minutos, assim que atingimos a primeira parada, seguimos em direção ao segundo bondinho para ir até o Pão de Açúcar. Nossa visita seguiu o sentido: Pão de Açúcar primeiro (ponto mais alto) e Morro da Urca no final.



Tanto no Pão de Açúcar quanto no Morro da Urca você encontrará bebedouros, banheiros, lanchonetes e lojas, além de pequenos espaços culturais e mirantes da Baía de Guanabara.



No Pão de Açúcar você ainda tem uma pequena trilha num bosque de Mata Atlântica.



Para retornar optamos por ir do Morro da Urca até a Praia Vermelha realizando a parte da trilha em terra, que se liga até a Pista Cláudio Coutinho (Trilha do Morro da Urca).

Encontramos muitas pessoas fazendo a trilha no sentido contrário. Para nós estava mais fácil, pois a descida é bem menos cansativa. Toda a parte da trilha é feita no meio da Mata Atlântica e o caminho é bem delimitado e limpo. Apesar disso, cuidado para não enfiar os pés nas raízes das árvores e levar um tombão. Gastamos uns 40 minutos até chegar na Praia Vermelha. Para fazer essa parte, aconselho usar tênis.



Do local onde compramos os ingressos para o bondinho, pegamos um Uber até o próximo destino: Forte de Copacabana.

2- FORTE DE COPACABANA.



Durante alguns anos o Forte não era aberto para visitação. Agora que isso mudou, aproveite!

O Forte fica no limite da Praia de Copacabana com a Praia do Diabo, que vai até a Pedra do Arpoador.

A única forma de pagamento é dinheiro.

No Forte, além da vista e daquele mar azul, você pode visitar a parte da casamata, com os canhões e o Museu do Exército. Também pode assistir um vídeo que conta a história do bairro de Copacabana e do Forte.



A parte onde estão instalados o canhões é a mais bonita. De lá tive a impressão que estava em pleno mar.



Caso consiga uma mesa, pode almoçar ou lanchar por lá. Parece que o restaurante e o café de lá estão sempre lotados. O restaurante é uma filial da Confeitaria Colombo e o Café chama-se "Café 18 do Forte". Como ambos estavam lotados e com gente na fila de espera, partimos para almoçar na orla da Praia de Copacabana, assim que terminamos a visitação.



Para se atualizar sobre horários de funcionamento, valores e demais regras de entrada, acesso link Forte de Copacabana.

Após o almoço, pegamos um uber para o Jardim Botânico.

3- JARDIM BOTÂNICO.



Chegamos no Jardim Botânico por volta das 14 horas. Seu horário de funcionamento era até 18 horas. Para atualização do horários de visitação e demais regras acesse o link ao lado: Jardim Botânico Rio de Janeiro.



Área verde é um chamariz para esse grupo de viajantes. O Jardim Botânico é um grande espaço para correr ou andar sem pressa, com mata e esculturas. 



O Jardim possui mais de uma entrada. Entramos pela entrada principal, que fica na rua do Jardim Botânico e saímos por outro portão, que fica na mesma rua.



No local: banheiro, bebedouros, centro de visitantes e área de alimentação.



Você pode traçar o roteiro que desejar, mas na bilheteria você recebe um mapa que apresenta uma sugestão de trilha a ser seguida e que passa pelos pontos mais procurados. Nós não seguimos nenhum trajeto pré-determinado. Simplesmente fomos andando.



Para se deslocar no local, use os pés e se ficar cansado, pode pegar carona em alguns trechos nos carrinhos de golfe que circulam por lá.



Árvores e grupos específicos de vegetais estão espalhados pela área formando nichos definidos, como: Jardim mexicano, cactário, plantas insetívoras numa estufa, orquidário, bromeliário, plantas medicinais, roseiral, jardim japonês, plantas da região Amazônica e por aí vai.



Também merecem  ser destacados: cascata, meliponário, chafariz das Musas, a ala de Palmeiras Imperiais, busto de Dom João VI e as ruína da antiga fábrica de pólvora, pequenos cursos d'água além de um parquinho onde demos uma parada pra descansar. 



Lugar que aconselho andar sem pressa. Olhar, cheirar e aproveitar! Em alguns momentos, entreguei o celular para as crianças e solicitei as melhores fotos nos ângulos mais inusitados.



Saímos de lá próximo ao horário de fechamento, mas ainda com luz. Quando o sol se pôs, já estávamos no quarto do hotel.



4- CORCOVADO.


Após o check out do hotel, pegamos um uber e fomos direto para o Corcovado. Chegamos uns 15 minutos antes da abertura, para podermos visitar sem pressa, uma vez que planejávamos almoçar com uns amigos.

Chegando lá, descobrimos que o trem só sairia 30 minutos depois do horário que imaginávamos e já havia algumas pessoas na nossa frente. Buscamos informações e optamos por utilizar o serviço de van ofertado por empresas da região (combinamos com o motorista para sair imediatamente). A van faz uma parada num mirante (Dona Marta) e aguarda alguns minutos para fotos. Depois segue para a estação Paineiras. 



Na Estação Paineiras é que se compra o bilhete para subir até o Corcovado. Depois na volta, pegaríamos qualquer van da mesma empresa que nos levou até Paineiras e ela  nos deixaria de volta no ponto de partida. Para que a empresa nos reconhecesse como usuários do serviço, nos foi dado pulseiras de papel resistente, que ficou presa nos nossos punhos.

A subida é cercada pelo verde que foi plantado ali na época do Brasil Colônia. Uma fazenda que virou floresta.

Paramos para tirar fotos no Mirante Dona Marta.



A Estação Paineira tem uma boa estrutura com restaurante, banheiro, lojas e museu interativo (com exposição gratuita sobre a Mata Atlântica), além de mirante.



O esquema para chegar logo ao Corcovado é: chegando na Estação Paineiras, se dirigir aos Totens que ficam na parte de fora do prédio e comprar seu bilhete. O bilhete tem hora marcada. Faltando uns 5 minutos, se dirigir ao interior da loja e ir para o lado esquerdo de quem entra. No final estará a fila para ingressar nas vans oficiais que te levarão até o Corcovado. (Observe que nós utilizamos dois serviços de van: uma que nos levou até a Estação Paineiras, uma vez que não fomos de Trem, e outra, denominada Van Oficial - Parque Nacional da Tijuca, que vai da Estação Paineiras até o Cristo Redentor e te traz de volta até a Estação Paineiras).



Caso a fila esteja longa e esteja quase na hora de você embarcar, vá até a pessoa que faz o controle e mostre seu bilhete. Muitas pessoas que estão com horário para mais tarde, já costumam se posicionar na fila, impedindo da fila andar. Isso porque, se não me falha a memória os horários são de 5 em 5 minutos.



Saindo da van, você agora vai subir as escadas ou pegar elevador para chegar até o Cristo Redentor. Fotos, vista e descer, pois o sol na cabeça esquenta e nessa parte, não tem como se proteger.



Na saída, siga as placas e vá em direção ao embarque das van. Entre e volte para a Estação Paineiras.

Uma vez na Estação Paineiras, aproveite para lanchar ou beber algo e visitar o museu interativo (excelente tanto para crianças quanto para adultos), que além de ser bem legal e amplo, possui ar condicionado e uma maquete enorme da Mata Atlântica da cidade do Rio de Janeiro.



Para informações da Estação Paineiras e Trem do Corcovado, acesso os links ao lado: Paineiras. Trem do Corcovado.


Do Corcovado, de uber para almoço, próximo ao Centro Cultural Banco do Brasil.

5- CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL.



O CCBB fica na rua Primeiro de Março, no final da Avenida Getúlio Vargas, praticamente em frente à Ilha das Cobras. Uma região cheia de pontos turísticos (Espaço Cultural da Marinha, Igreja da Candelária, Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio, Mosteiro de São Bento, Centro Cultural do Patrimônio do Paço e mais tantas outras).



A visitação é gratuita, mas você precisa retirar o ticket na bilheteria para realizar a visitação.

No espaço, além de salas de cinema e teatro, são disponibilizadas exposições temporárias. O próprio prédio já vale a visita.



No segundo andar, você encontrará uma filial da Confeitaria Colombo.

Na época de nossa visita haviam duas exposições temporárias: o Egito Antigo e  Raiz Weiwei.



No final da visita fomos à Livraria da Travessa, que fica no térreo do CCBB.



Saímos do CCBB próximo das 17 horas e depois deste horário, no domingo, praticamente não há mais lugar aberto para visitação. Por isso, fomos andando pela orla até o oceanário. No caminho, por do sol, passando pelo Museu do Amanhã, Praça Mauá e Mural Kobra.



No ponto na altura do Oceanário, pegamos o VLT para a rodoviária Novo Rio.

Caso goste de canto gregoriano, a Igreja da Candelária, que fica praticamente em frente, possui momentos de canto. Na época que eu vistei, havia cantos aos domingos, ao meio-dia. Talvez você consiga fazer uma combinação desses dois passeios/eventos: CCBB e visitação à Igreja com oportunidade de ouvir os cantos.

Programa-se e aproveite a viagem!!




sexta-feira, 6 de março de 2020

TRAVESSIA PETRÓPOLIS TERESÓPOLIS / SERRA DOS ÓRGÃOS

TRAVESSIA PETRÓPOLIS TERESÓPOLIS/SERRA DOS ÓRGÃOS




Travessia à pé, saindo da sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), em Petrópolis, chegando na sede do PARNASO, em Teresópolis, dois adultos, no final de abril de 2019.

A travessia pode ser realizada em dois dias, mas fizemos num ritmo mais lento, uma vez que não estou acostumada a grandes esforços, e por isso gastamos 3 dias, num ritmo tranquilo.



Além da travessia em dois e três dias, existem outras opções de passeio dentro do PARNASO. Para conhecer as possibilidades e valores, acesse o site oficial.

Saímos de Petrópolis por volta das 9 da manhã do primeiro dia e chegamos em Teresópolis por volta das 15 horas, do terceiro dia.


Abrigo Morro do Sino

Através do site do parque, reservamos cama beliche para dormir nos dois abrigos disponíveis, assim como pagamos por 5 minutos de banho quente em cada uma das paradas. Isso mesmo! Existem dois abrigos, onde ficam os guardas do parque. Nos abrigos você pode dormir em beliches, no chão (bivaque) ou no lado de fora, alugando uma barraca ou levando uma. Caso opte por levar sua barraca, leve em consideração o peso que terá que carregar. Quanto ao banho, você pode tomar banho de água fria (lá é um local frio) ou pagar por 5 minutos de água quente.


Beliches

No abrigo não tem roupa de cama, você deve levar a sua. O ideal é um saco de dormir. No bivaque é preciso levar um isolante térmico e o saco de dormir.


Abrigo no Morro/Pedra do Açu

Para chegar em Petrópolis, pegamos um ônibus na rodoviária Novo Rio (Rio de Janeiro). Na rodoviária de Petrópolis pegamos um táxi que nos deixou na sede do parque. O trajeto da rodoviária até a sede do parque é longo e gastamos cerca de 30 minutos. É possível ir de ônibus também, mas o táxi vai até a portaria do parque e economiza bastante caminhada. Também é viável pegar um ônibus até um bairro chamado Corrêas e da pracinha pegar um táxi até a portaria do PARNASO.



Início trilha na Sede em Petrópolis

Quando chegamos na sede, em Petrópolis, fizemos o check in, apresentando os documentos da reserva e pegamos um voucher que especificava o pagamento para dormir nas beliches e para tomar o banho quente. Esse voucher deverá ser entregue nos abrigos.


Luvas e bastão são ótimas ferramentas.

Os abrigos são simples. Um abrigo no Morro do Açu e um próximo ao Morro do Sino. Como iniciamos por Petrópolis, o primeiro abrigo foi no Morro do Açu. Os abrigos contam com uma cozinha, onde você pode preparar sua refeição (você deve levar sua comida; panelas, talheres e pratos eles tem e você pode utilizar livremente, respeitando os demais hóspedes); dois banheiros com água quente (deverá ter pago com antecedência, durante a reserva online, ou na entrada do parque, caso ainda tenham a oferta disponível); uma copa com mesa e dois quartos, onde ficam as beliches. No andar de cima ficam os quartos dos guardas-parques e um salão para quem vai dormir no bivaque. Do lado de fora, tem um banheiro com água fria.



Para entrar no abrigo, você TEM que retirar suas botas. O costume é levar uma sacola plástica para colocar as botas e aí sim, você as leva para dentro do abrigo. Caso as deixe do lado de fora, tenha muita atenção quando for calcá-las, pois as aranhas costumam entrar e se esconder aí. Trocas de botas, de boa ou de má-fé, não são incomuns.


Segundo dia de caminhada.

Levamos, além de uma roupa para dormir, uma muda de roupa limpa, para usar quando terminássemos a travessia e assim estivéssemos em condições de pegar ônibus e voltar para o Rio de Janeiro. Além disso, as demais peças de roupa era voltadas para a proteção do frio. Durante a caminhada, você acaba suando e se sujando, mas parado, dependendo da época (fomos no final de abril) você poderá sentir muito frio. Em julho costuma ser um frio infernal. Não subestime o clima. Leve um par de luvas. Eu usei touca em algumas partes do trajeto, mesmo sendo abril.


Sinalização

Para fazer a travessia é necessário conhecimento do trajeto, apesar do caminho ser bem marcado. Fui com uma pessoa que conhecia o trajeto desde a infância e por isso não tivemos dificuldade, mas se eu estiv
esse sozinha, teria me perdido no segundo dia em pelo menos um ponto. A trilha desaparece nas pedras e segue por lugares pouco óbvios em alguns lugares. Portanto, aconselho que faça o trajeto com alguém que já conheça o percurso, ou que estude seriamente o caminho, mesmo que esteja confiante por levar um GPS.

Sinalização

Sinalização

Quanto à água, você deverá levar um cantil de um litro por pessoa. Existem alguns pontos onde você pode reabastecer: entradas dos parques (Petrópolis e Teresópolis), abrigos onde vai dormir e em alguns pontos do trajeto, como no ponto chamado Ajax. Mas atenção! A fonte próximo ao Vale das Antas (onde fica uma das nascente do rio Soberbo) não é recomendada para beber, pois durante alguns anos, muitas pessoas utilizaram a área como banheiro improvisado, sem levar em consideração um distância saudável do curso d'água, o que provocou contaminação da mesma. Uma lástima, pois o lugar é lindo. 


Início da trilha

O primeiro dia é basicamente uma subida sem fim (lembrando que fizemos no sentido Petrópolis/Teresópolis). Primeira parada foi na Pedra do Queijo, onde fizemos um lanche. Próximo ao meio-dia, paramos  para almoçar no Ajax. Fizemos mais uma pequena pausa para descansar e chegamos ao abrigo do Açu, ainda com luz. No Chapadão, um imenso platô no alto da montanha, mantenha-se na borda perto do vale ou vai se perder. Caso tenha pago pelo banho, aconselho logo a tomar o banho, para evitar filas e porque a água quente acaba. 


Pedra do Queijo - Primeiro dia

No dia seguinte, saímos por volta das 7 horas da manhã e fizemos o trajeto até  a Pedra do Sino. Nesta parte do trajeto, alguns trechos são legais, e andar não é o suficiente para vencer a caminhada. Uma parte você precisará subir uma pedra bem íngreme, com escada de vergalhão (neste trecho utilizei luvas para poder agarrar na grama e conseguir maior estabilidade - para este caso, as boas são as vendidas em lojas de material de construção) e  outro trecho desci amarrada com uma corda na cintura, para caso perdesse o atrito numa descida na pedra e acabasse caindo. 


Elevador - Segundo dia


Pedra da Baleia

A parte mais esperada, e que realmente tive maior dificuldade, foi a chamada de "Cavalinho", onde é necessário escalar uma pedra, como se estivesse montando em um cavalo. O detalhe é que para fazer isso, a pessoa fica de cara com um desfiladeiro (estilo olhando para o infinito e além). Essa parte foi a mais difícil pois eu não tinha comprimento de braço suficiente para agarrar na rocha e montar no "Cavalinho", mesmo com meu marido me erguendo. Minha sorte foi que havia outras pessoas na trilha e uma delas, após atravessar o Cavalinho, esticou a mão para eu conseguir escalar. Caso estivesse apenas com meu marido, ele teria que atravessar primeiro, esticar o braço tentando me alcançar, ou eu teria que ser içada por ele (levamos corda para esse tipo de eventualidade e para me dar apoio na hora de descer a outra pedra que comentei mais atrás). Sinceramente, são essas coisas que fazem a travessia ficar legal! 
Segundo dia

Em seguida tem uma escada de ferro bem velha, em um ponto que de outra forma seria muito difícil de superar.  Muito bonito. Depois a trilha é bem óbvia e para se perder tem que fazer muita força. 


Vista do Garrafão - Segundo dia

No último dia é só descida, um zigue-zague muito longo, com alguns pontos bem bonitos para ver o vale. A trilha termina na sede do parque, onde você pode pedir um táxi ou uber para ir até a cidade (Teresópolis). No fim de semana tem uma feirinha na cidade, que vende um espetacular foleado de creme.


Terceiro dia de caminhada

Fique atento ao tipo de calçado. Seus pés serão bem exigidos. Use bota impermeável e que o calçado seja confortável. Em muitos trechos você chutará pedras e enfiará literalmente o pé na lama, encharcando o calçado. 


Terceiro dia de caminhada

Utilizei bastões de caminhada. Foi de muita ajuda.

Como última observação: respeite a trilha. Na última parte do percurso, vi muita erosão provocada por desvios que caminhantes fizeram, no intuito de encurtar a caminhada. Esses trechos erodidos acabam inviabilizando algumas passagens e podem levar à necessidade de fechamento de alguns trechos, atrapalhando a vida de todos.



No mais, faça uma mochila leve, tenha consciência que é uma caminhada puxada, mas linda e aproveite o passeio!!!


Terceiro dia de caminhada