sexta-feira, 15 de junho de 2018

VENEZA: NOSSO ROTEIRO, HOSPEDAGEM E DICAS.

VENEZA: NOSSO ROTEIRO, HOSPEDAGEM E DICAS.


Viagem em abril de 2018, dois adultos (eu e minha irmã).

Veneza fez parte do roteiro que englobou cidades do centro-norte da Itália. Chegamos à Veneza através do trem regional, a partir de Bolonha. Compramos o bilhete de trem na hora, uma vez que a oferta para trajetos regionais é grande. Compramos através do serviço de auto-atendimento, em máquinas espalhadas pelo salão da estação de trem. Utilizamos a língua espanhola para realizar a compra e pagamos com dinheiro. Mais informações sobre este serviço no post do pralaqueeufui.blogspot. Se precisar de outras orientações sobre deslocamento de trem na região, postei alguns vídeos na página do pra lá que eu fui, no facebook (face).

Assim que saímos da estação de trem, nos deparamos com um pátio que terminava em água. Não deveria ser estranho, afinal Veneza é conhecida por seus canais d'água. Mesmo assim impressionou. Ruas de água, por toda parte.



Quando você pesquisa sobre viagens independentes para Veneza, acaba por encontrar alguns relatos sobre a quantidade de pontes e como isso não é compatível com mala de viagem. Comprovamos. Viajar com muita mala, ou mala pesada para este destino, é muito fora de mão. É um sobe e desce interminável de escadas. Pouquíssimas pontes possuem rampa, o que facilitaria o deslocar com as malas. Por isso recomendo que você viaje com pouca bagagem e que essa bagagem seja fácil de carregar. Caso não seja possível, prepare a musculatura e a paciência. Não tem músculo e paciência? Prepare o bolso e utilize algum dos serviços de táxi e similares existentes, todos feitos por deslocamento em água.

Mesmo ficando num hotel próximo à estação ferroviária (felizmente), enfrentamos um sobe e desce de escadas que irritou. Nosso hotel era um hotel simples, com banheiro compartilhado e café da manhã simples. Sem luxo, mas limpo, silencioso e de acordo com o ofertado no site do Booking.

O hotel que ficamos foi o Dalla Mora, 1 estrela.


Entrada do Hotel Dalla Mora.

Apesar do banheiro ser compartilhado, o quarto possuía uma pia, o que permitia lavar as mãos e escovar os dentes no próprio quarto, o que é de grande praticidade, uma vez que a ideia de banheiro compartilhado pode gerar a imagem redução de conforto.




Caso você também fique em um hotel com café da manhã mais simples, como o nosso, ou sem o café da manhã, você encontrará muitas padarias e variados tipos de restaurantes espalhados por toda a área turística de Veneza. Dificilmente não encontrará algo que o agrade. A única coisa que você deve se informar antes, caso goste de café, é como pedir o café. Isso porque eles (italianos) tem vários tipos de café. Após tentar e errar duas vezes, nós fizemos uma pesquisa na internet e descobrimos o nome do café que queríamos (café com leite). Gravei a frase e repetia toda a tarde em alguma cafeteria, "Latte macchiato". Descubra o seu, escreva em algum canto e na hora fale pausadamente ou mostre o que você escreveu.



Dentro de Veneza você pode utilizar serviços de gôndolas e várias outras espécies de transporte aquático. Nós andamos a pé durante todo nosso circuito. Muito sobe e desce de escadaria, muita verificação em mapas e  alguns quilômetros de canela! A cidade é um labirinto. Se você for daqueles que fica nervoso quando se perde...repense este destino. Veneza enlouqueceria qualquer Teseu. Deixaria João e Maria traumatizados. Felizmente nos perdemos bem pouco, mesmo assim, parávamos toda a hora para verificar se estávamos no caminho certo.


Uma das várias ruas pelas quais andamos.
A parte turística de Veneza tem coisas que podem ser encaradas como encanto ou como desagradáveis. Vai depender do perfil do turista. As ruelas formando labirintos pode agradar se você gostar de se perder pelas ruas e descobrir em cada canto uma loja diferente ou uma arquitetura inusitada, mas também pode fazer com que você se sinta perdido, caso seja uma pessoa objetiva e tenha um ponto de destino que demore a encontrar. Se você é um daqueles que gosta de terra e verde, vai ficar incomodado com a ausência de árvores pelas ruas/calçadas. No final da tarde, muitas crianças brincando no concreto. Em compensação a parte de cima das casas sempre tem um vaso com um arbusto. Para encontrar verde no chão, na área turística, só no Jardim da Bienal, que você acessa a partir do Palácio Ducal, passando em frente da Ponte dos Suspiros e caminhando em direção à Ilha de Santa Helena. Se você é uma pessoa que gosta de gente...esse é o lugar! Tem gente pra caramba... Não tente esticar os braços. Lotado!! Agora, se prefere um pouco mais de privacidade e conforto para conhecer os pontos turísticos e quer conhecer os prédios turísticos de Veneza, madrugue. Verifique os horários de abertura daquele local que quer visitar e esteja lá pelo menos meia hora antes. Gosta de história? Quer conhecer a terra de Marco Polo? Por onde Casanova andou? Quer respirar o ar da famosa República de Veneza? Esse é o lugar.


Ponte Rialto.

Caso você não tenha muito tempo em Veneza, ou não quer ficar visitando muitos museus, indico que faça pelo menos a visita à Igreja de São Marcos e aos museus que ficam ao seu redor. Existe um bilhete chamado "Museus da Praça de São Marcos", são quatro museus: Palácio Ducal, Museu Correr, Museu Arqueológico e Quartos Monumentais da Igreja Marciana. E a Igreja de São Marcos? A igreja é de graça, mas com uma boa fila! Para acessar o terraço e os tesouros da Igreja, tem que pagar. Comprei meus ingressos no Palácio Ducal, ao lado da Igreja de São Marcos. Não enfrentei fila pois fui no final do dia e comprei ingressos para o dia seguinte.




















Em frente à Igreja de São Marcos, tem um Campanário. Praticamente todas as cidades italianas possuem um campanário. Não subimos este pois já havíamos visitado o Campanário de Florença. O Campanário de Veneza pode ser acessado de elevador, o de Florença apenas de escada. Tanto o de Florença quanto o de Veneza tem visitação paga.

Igreja de São Marcos e Campanário.
Para visitar a Igreja de São Marcos, você precisará deixar sua bolsa (caso tenha uma) num guarda-volumes, que fica numa rua à esquerda de quem está de frente para a Igreja. Fica numa ruela, mas fácil de identificar pelo volume de pessoas em busca do local. Fica na rua do lado direito do prédio do relógio astrológico, se você estiver de frente para o relógico. Esse relógio (lindíssimo) da foto aí de baixo.



Depois de guardar sua mochila/bolsa, procure a fila em frente à Igreja e espere um pouco. Apesar da fila ser grande, ela não demorou, pois na Igreja você entra e sai em fila indiana. Todo o trajeto é cercado, de modo a ser difícil ficar zanzando lá dentro. Caso queira visitar os tesouros ou terraço, procure por uma fila específica. A Igreja é em estilo Bizantino, com vitrais realmente muito bonitos e o chão com mosaicos que definitivamente chamam a atenção. Se visitar o museu e os tesouros da Igreja, você se deparará com riquezas que foram saqueadas de Constantinopla, inclusive os próprios restos mortais de São Marcos, que foram contrabandeados de Alexandria (Egito), dentro de um barril de banha... No interior da Igreja é proibido fotografar.


Igreja de São Marcos.


O Palácio Ducal é realmente impressionante. Antiga sede dos Doges e da magistratura veneziana, com acesso para as prisões e para a famosa última vista dos prisioneiros, a partir da Ponte dos Suspiros. 





As prisões chamam a atenção, com suas celas bem preservadas, que viviam lotadas. Apenas como curiosidade, Casanova conseguiu escapar de lá, fugindo pelo telhado.


Prisão do Palácio Ducal


Prisão do Palácio Ducal.


A ponte dos Suspiros é vista pelo lado de fora do Palácio Ducal, mas o visitante passa pelo seu interior, durante a visita ao Palácio com suas prisões. A ponte possui dois corredores, é totalmente coberta e liga o Palácio às prisões novas. Na Ponte existem frestas que permitia ao prisioneiro avistar a perdida liberdade, quando saía da sala onde recebia a sentença e se dirigia às prisões (quentes no verão e úmidas em qualquer época).



Ponte dos Suspiros.

Toda a arquitetura do Palácio Ducal é grandiosa. Entre os trabalhos encontrados no local, destaque para Tintoretto, Veronese e seus discípulos.




Os museus Correr, Arqueológico e a Biblioteca são conectados fisicamente. O Correr tem coleção de objetos que narram a história de Veneza, desde sua fundação até sua adesão à Itália, no século XIX. Lá verá muitas referência à Napoleão Bonaparte, uma vez que Veneza fez parte do seu Império, além de referências austríaca, pois também a cidade já pertenceu à Áustria.



 Já a Biblioteca Marciana possui uma das maiores coleções de manuscritos do mundo. Muitas de suas obras vieram de Constantinopla, quando esta foi tomada pelos otomanos.




Para visitar todo o complexo, gaste pelo menos uma tarde e dependendo do seu interesse pelo assunto, vá além disso! A loja do Palácio Ducal é ampla e com um bom acervo de livros e outros tipos de lembranças.



Caso disponha de mais tempo, visite a Torre do Relógio (visita guiada) e faça o Itinerário Secreto do Palácio Ducal, que também é guiado. Se for incluir algum desses passeios, fique atento, pois você poderá economizar, uma vez que é possível combinar os outros museus com este e assim diminuir o valor dos ingressos.





Veneza não é uma cidade fácil de ser visitada, porém sua história prende a atenção do turista e seu visual foge do comum. Leia sobre o destino, programe-se e aproveite a viagem!!















Veneza vista a partir do Jardim da Bienal.

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