terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Guatemala 4: Antigua

Antígua

Vulcão Fogo dando sinal de vida.


Antígua é a antiga capital da Guatemala. Ela perdeu seu posto de capital após um terremoto, em 1776. A cidade é rica em edificações com caráter turístico. Não faltam conventos, igrejas, pequenos museus e prédios do governo. É considerada uma das mais bem preservadas cidades coloniais espanhola, na América Central. 

Você pode passar uns dois dias andando pelas ruas de pedras irregulares da cidade e conhecer seus prédios, provar da sua comida, gastar seu quetzal em artesanato, chocolate e jade e ainda aproveitar para subir um dos vulcões que ficam próximos à cidade. Com exceção do jade, foi isso o que fizemos!

Ficamos no hotel "Camino Real Antígua". Bem próximo ao centro da cidade, com uma arquitetura lindíssima, comida e serviço de deixar saudades. Nós apenas ficaríamos em Antígua no dia que chegamos e no dia seguinte, portanto tivemos que escolher o que visitar.

Praça Maior.

Neste primeiro dia andamos pela praça central, conhecida como Plaza Mayor (assim como todas as praças de colonização espanhola) e sentamos para acompanhar o povo passar. Pode parecer perda de tempo, mas é sempre uma experiência interessante ver o ritmo real da terra que você está visitando. Os estudantes utilizam uniformes bem parecidos com aqueles que aparecem em novelas mexicanas. Os senhores mais idosos com chapéus de vaqueiros e muitas mães com filhos ao redor de suas saias coloridas...

Aproveitamos e andamos um pouco pelo comércio local, com direito a uma papelaria no estilo das que encontramos em cidades do interior do Brasil e .... a cereja do bolo: um supermercado! Temos o hábito de sempre passear nos supermercados das cidades que visitamos. É lá que está o pessoal de verdade. A princípio o supermercado "La Bodega" parece pequeno, mas ele é bem profundo e vende de tudo. Não é apenas comida e material de higiene. Tem roupa, objeto de decoração, material de papelaria... rústico na aparência, mas rico na variedade. Lá compramos café, feijão e um livro escolar sobre a geografia da Guatemala. E junto com a minha colcha de Chichicastenango...foram as maiores preciosidades que trouxe da Guatemala!

Museu do chocolate.

De lá passamos no Museu do Chocolate e em outros pontos que vendiam o melhor do cacau: chocolate! A cidade é rica em cafés, escolas de intercâmbio de idiomas, tem algumas pequenas livrarias, e como não podia deixar de ser...lojas de artesanato, desde o mais simples ao mais sofisticado e especializado em jade.

Na cidade há muitos turistas europeus e americanos, facilmente identificáveis. Não fomos na alta temporada, mas nos informaram que na alta temporada o predomínio é de italianos e japoneses. Mesmo estando na baixa temporada deu para perceber como a cidade é conhecida por outros povos, que não o brasileiro. Seus serviços de turismo, desde alojamentos a atividades culturais e de aventura, mostram como a rotina da cidade é intensa na maior parte do ano.

Arco de Santa Catarina.

Jantamos em um restaurante próximo ao Arco de Santa Catarina. Como sempre, comida boa e ambiente agradável, do jeito que o turista merece! O jogo de luzes à noite deixa o Arco muito bonito. Este Arco ligava o Convento de Santa Catarina a uma escola. As freiras enclausuradas o utilizava para passarem de um ponto à outro sem serem vistas. Atrás do Arco pode-se observar facilmente a meta do dia seguinte: Vulcão.


Na verdade o vulcão que fica atrás do Arco de Santa Catarina é o vulcão Água. Os outros dois da cidade são o Acatenango, cuja última erupção foi em 1972 e o outro é o vulcão de Fogo. Esse último continua soltando fumaça e gás, em pequena atividade, sendo a última grande erupção em setembro de 2012. Nosso destino não foi nenhum desses. Fomos ao Pacaya.




Vulcão Pacaya.



No momento, novembro de 2013, o status do Pacaya é "em erupção". Em 14 de maio de 2013, dia do passeio, ele estava comportado, porém não era mais permitido chegar até ao que costumamos chamar de "boca do vulcão", pois a erupção de maio de 2010 deixou um estrago considerável, matou um jornalista, atingido por uma pedra lançada após a erupção, fechou o aeroporto de Aurora, na cidade da Guatemala, a 50 km dali, sem contar com a devastação da vila que fica na sua base. Sim ...tem uma vila na base do vulcão... 

Chegando ao Pacaya, com ajuda da amiga mulinha!!



Pacaya é classificado como de erupção estromboliana, o que significa levemente explosivo, com colunas de cinzas, separados por períodos de calma de duração variável.

Subimos o Pacaya num desses períodos de calma. Ele é considerado o mais ativo da América Central e é para lá que eles levam os turistas...talvez para aumentar a emoção! Ele fica há uns 20 minutos de carro de Antígua, no Parque Nacional Pacaya, responsável pela fiscalização do acesso ao vulcão. 

Início da subida ao Pacaya.

Pacaya.



















Para iniciar a subida paga-se uma pequena taxa na entrada do Parque, que conta com o apoio de banheiros, guia local (obrigatório) e mulas para ajudar na ascensão. Não é necessário apoio de mulas para subir o Pacaya, mas a pressão que os guias locais fazem é bem grande e fui convencida facilmente. Minha irmã, que não tem um currículo de sedentarismo como eu, subiu tudo à pé, sem qualquer problema, assim como outros turistas que lá estavam, inclusive idosos. 

A experiência de subir um vulcão é algo que vale à pena. Inicialmente a paisagem é de bosque, com aldeões colhendo madeira pelo caminho, vista bonita, você colhe algumas frutinhas no trajeto, recebe algumas informações do guia e de repente tudo muda e você se encontra em uma paisagem lunar, com um chão escuro, arenoso e uma ventania que te faz ficar atenta o tempo todo. Neste momento você está perto dos seus 2552 metros de altura. 

Ao fundo: Fogo, Acatenango e Água.

Como já mencionei, não é mais possível chegar até a cratera do vulcão. Os guias, inclusive, estão lá também para te impedir dessa aventura. Apesar disto, chega-se a uma altura em que é possível encontrar "fogueiras naturais", com fumaça saindo do chão. Dá para se abaixar e se esquentar um pouquinho, afinal a ventania é forte! Para voltar você pode ir deslizando, mesmo que não queira, pois o rolamento das pedras de lavas solidificadas farão o serviço para você. Neste caso, eu não precisei da ajuda da mulinha e desci dignamente, à pé! É um passeio que toma apenas parte da manhã. Aproximadamente 1 hora e meia para subir e 40 minutos para descer. Voltamos à Antígua para continuar a diversão.


Se o cachorro está subindo o vulcão...tudo deve estar bem!


Pacaya






Esquentando as mãos.

Banheiro de apoio, próximo ao final da subida ao Pacaya.


De volta à Antígua, almoçamos numa espécie de self-service, próximo ao Mercado Municipal. Comida e ambiente simples. Depois continuamos perambulando pela cidade, observando as lojas, os prédios com suas paredes largas, casarões com pilares e arcos, e os velhos ônibus comprados dos americanos. Esses ônibus foram coloridos e adaptados pelos guatemaltecos para servir de ligação entre as cidades.

Tuk tuk


Quando eu já estava quase entregando os pontos e pedindo para voltar para o hotel, minha irmã sugeriu mais uma experiência: andar de tuk tuk até as ruínas do Convento de Santa Clara. Essa é uma das vantagens de viajar com companhia: sugestões novas quando sua imaginação já não está mais dando sinal de vida. 




O motorista do tuk tuk vai olhar para você é cobrar de acordo com seu aspecto. Se você tiver aparência de maia, você pagará o preço justo e se tiver cara de turista...precisará agradecer e perguntar para outro motorista e aí sim, começar a descobrir o verdadeiro valor da corrida. O tuk tuk é bem pequeno, com espaço apenas para o motorista na frente e dois passageiros atrás. 

De aspecto frágil, é um transporte comum nesta região da Guatemala.
Já entrei rindo no carrinho, esquecida de todas as dores nos meus pés, castigados pelas pedras do Pacaya e pelo chão irregular da cidade (ainda bem que subi o vulcão de mulinha!!). Após rápidos sacolejos chegamos ao Convento e vimos que a distância não necessitava tanto assim de um automóvel, mas poder andar de tuk tuk valeu a pena, ainda mais se o cansaço do final do dia estiver falando alto. 

Ruínas do Convento de Santa Clara.

Paga-se uma pequena taxa para entrar nas ruínas do Convento. O local é muito bonito, todo ajardinado e com uma fonte central. Através de propaganda na televisão do nosso hotel descobri que o Convento é utilizado para festas de casamento. No momento em que estávamos lá encontramos um casal de noivos tirando fotos. Demos felicitações aos recém-casados, que não cabiam em si de tantos sorrisos.



Ruínas do Convento de Santa Clara.

O Convento de Santa Clara possuía dois pavimentos e ainda é possível chegar ao segundo andar, de onde se tem uma vista bem legal de um dos vulcões, através de uma janela central do que acredito ter sido uma espécie de mezanino. As ruínas atuais são o que sobraram do terremoto de 1773 daquilo que foi concluído em 1734, porém sua data de fundação é 1700, com uma destruição anterior por terremoto em 1717. Da construção original só existem registros escritos. Lá a terra gosta de tremer. 


Casal tirando fotos para o casamento.

O espaço do Convento é grande, uma vez que existiam celas para umas 46 freiras, enfermaria, noviciado, sacristia, refeitório, cozinha e outras salas mais. O Convento fecha às 17:00 horas e de lá pegamos mais um tuk tuk e fomos direto para o hotel. Gasta-se cerca de 40 a 30 minutos para passear pelo local. Caso o visitante esteja com crianças, esse é um bom local para deixá-las correr.



Depois nos preparamos para a saída do dia seguinte, às 4 da manhã em direção ao aeroporto de Cidade de Guatemala, com destino à Tikal. Por isso, encerramos o dia no hotel com direito a piscina aquecida, jantar e uma sessão de massagem maia, que nada mais é que ...uma massagem comum!


Nosso programa de viagem incluía um box de café da manhã para os viajantes que saíam antes do café convencional. Caso este não seja o seu caso, prepare na noite anterior algum lanche para levar, pois leva uma hora de carro de Antígua até o aeroporto La Aurora, e dependendo do horário do seu voo, você não encontrará nada aberto para comprar comida. 

Aproveite a viagem! 

Guatemala 3: Panajachel e São Tiago de Atitlán


PANAJACHEL E SÃO TIAGO DE ATITLÁN

Lago de Atitlán a partir de Panajachel


De Chichicastenango partimos para a cidade de Panajachel, com o Lago de Atitlán. Almoçamos no restaurante "Atlantis café e bar", com ambiente acolhedor e boa comida.

A comida guatemalteca possui, com certeza, um dos temperos mais agradáveis que já provei. Inicialmente temi que fosse apimentada como a mexicana, mas tudo o que é pimenta vem a parte. Eles sabem fazer combinações agradáveis e com fartura, sem cair no exagero dos pratos americanos. Sem dúvida uma cozinha que merece ser provada! Não importa se o restaurante possui um estilo mais simples ou se trabalha no padrão gourmet, a comida é no mínimo boa. Durante toda a viagem pudemos provar do simples ao delicioso.

Tuk tuk em Panajachel

A cidade de Panajachel é um centro comercial pequeno para os padrões brasileiros, mas é o ponto de chegada dos turistas da região. De lá saem lanchas para as vilas ao redor do lago. Nós alugamos uma para nosso grupo de três turistas e um guia, que foi transformada em uma viagem mais particular ainda, pois a outra colega de viagem passou mal e ficou no hotel. Existe a opção de pegar um dos barcos públicos, que saem a cada 20 minutos, em direção aos povoados do lago, ou utilizar barqueiros particulares, que foi o nosso caso, uma vez que este serviço já estava incluído em nosso pacote.

Em Panajachel ficamos no hotel "Porta Del Lago Hotel", que como o nome já sugere, fica de frente ao Lago Atitlán, com a vista dos quartos para os vulcões.

Medicina do Botequín

No hotel, fui convidada a ir ao "botequín". Isso mesmo. Precisei de um remédio para impedir enjôos, uma vez que não estava disposta a estragar o dia do passeio no lago com uma sessão de "mulher mareada". O recepcionista disse que era só esperar que ele iria ao "botequim" pegar o remédio. Eu sei. Também pensei que ele iria trazer uma copinho de cachaça para me deixar chumbada de vez e assim não ficar mareada .... e sim bêbada. Seria uma boa solução! Porém, fui apresentada mais uma vez a minha santa ignorância. O rapaz voltou com um anti-emético, já que ele estava retornado de uma "pequena botica"... uma "botica pequenininha" farmácia! Nada mal para lembrar que espanhol pode ser fácil para uma nativa de língua portuguesa, mas não é a mesma coisa.


No barco, rumo a Santiago de Atitlán.

No dia seguinte à chegada em Panajachel, fomos para São Tiago de Atitlán, que é considerada a maior e mais importante vila ao redor do Lago de Atitlán, depois de Panajachel. Além de Panajachel e São Tiago, outras vilas mais conhecidas são São Pedro, São Marcos e Santa Catarina de Palopó. Quem for optar por um período maior na região do Lago Atitlán poderá aproveitar o que cada uma dessas vilas oferecem. Desde opções de ecoturismo, massagens, yoga e espaços para meditação, passeio no mirante do Cerro Tzankujil, na vila de São Marcos, até o simples andar a esmo por estradinhas de terra das vilas.

A vila de São Tiago de Atitlán possui um mercado de artesanato logo na entrada, após o pier, com preços que seguem o mesmo esquema do pechinchar descoberto por nós em Chichicastenango. 

Frutas e legumes são facilmente encontrados espalhados em cestas pelas ruelas da vila.


Tudo muito colorido e com movimento, com destaque para os quadros feitos pelos artistas da região. 

Na igreja católica do local continua a mistura de santos católicos com figuras maias, com destaque à referência da imagem de Maximón.


Santiago de Atitlán

Tela típica de Santiago de Atitlán.

Imagens em  igreja de Santiago de Atilán.

   
    



Adoração à Maximón.

Maximón é uma história a parte. Pelas informações recebidas, Ele é uma imagem de madeira que representa a reencarnação do Deus maia Mam, que a cada ano permanece em uma casa da vila. No mês de maio Ele fica cada dia em uma casa diferente, como se fosse uma romaria. Essa imagem veste roupas ocidentais e a Ele são oferecidos cigarros, apagados e acesos, dinheiro e bebida...inclusive álcool e coca-cola! A explicação é que não importa o que se ofereça, desde que seja algo que você também consuma e goste. 

Detalhe do teto da sala onde ficava a imagem de Maximón.

Na sala onde fica a imagem de Maximón, o teto é repleto de fitas, folhas e animais empalhados. Todo o espaço é ocupado! O vazio não tem vez. Nesta sala também ficam algumas pessoas, como guardiões da imagem. Alguns em transe e outros conversando sobre o que pareceu para mim, banalidades do dia-a-dia. Com respeito e silêncio o turista pode entrar e tirar fotos, mediante módica paga.


Vulcões encobertos.

O lago de Atitlán oferece imagens cinematográficas. Poderia usar outro adjetivo? Sim, mas não estaria dando a impressão correta. A paisagem é realmente deslumbrante, levando em consideração que os brasileiros não possuem brumas cobrindo vulcões. Talvez venha daí todo o nosso encantamento. 

Ao entardecer, horário em que chegamos na cidade de Panajachel, as brumas cobriam os três vulcões...e foi um tanto decepcionante, pois a escolha do hotel foi vinculada à vista. Porém, na manhã seguinte, antes de seguir para o passeio de lancha em direção à Santiago de Atlitán, recebemos um café da manhã com os vulcões São Pedro, Tolimán e Atitlán ao fundo, em uma manhã ensolarada. Como não é de se estranhar, o Lago possui origem vulcânica e sua fama vem de ser considerado um dos mais belos lagos do mundo.

Vulcões em Atitlán.



Elefante engolido pela serpente.

Quem já leu "O Pequeno Príncipe", mesmo que não tenha gostado do livro, vai encontrar aqui o elefante engolido pela serpente, logo à frente de um dos vulcões. Isso mesmo. Antonine de Saint-Exupery, viveu na Guatemala em 1937 e ficou algum tempo em uma das vilas que circundam o Lago. Lá, aparentemente se inspirou em uma formação rochosa à frente de um dos vulcões que tem o contorno descrito no seu livro. A identificação é fácil, pois realmente são similares...e no livro de Exupery você também encontrará os três vulcões.

Aproveite a viagem!

Guatemala 2: De Cidade de Guatemala à Chichicastenango

DE CIDADE DE GUATEMALA À CHICHICASTENANGO

Escadaria da Igreja principal de Chichicastenango.


Hotel Vila Real - Cidade de Guatemala.




Assim que chegamos em La Aurora (aeroporto) fomos levadas ao Hotel "Vila Real". O hotel merece destaque tanto pela arquitetura quanto pelo serviço. O lema dele é fazer com que o hóspede sinta-se uma realeza. Gostei da idéia! Está localizado há aproximadamente uns 15 minutos do centro da cidade, o que não causa nenhum inconveniente caso você queira passear pela cidade.




Na manhã seguinte, após um café da manhã que não merecia ter fim, nos encontramos com nosso guia, que nos acompanhou nos três dias seguintes. Aproveito para recomendar a operadora brasileira New Age e sua parceira na Guatemala, PTT (Promotora Turistica Panamericana).



Somos adeptas a viagens independentes, sem guias ou grupos, mas reconhecemos que existem vantagens em alguns casos. Ter um guia turístico é facilitar o acesso a informações formais, além dele ser fonte de opiniões e experiências pessoais. Quanto a ter grupo .... o caso é sorte. Na minha opinião e perfil, quanto maior o grupo... pior. A coletividade é algo complicado. Lidar com vontades alheias pode desgastar sua paciência e transformar o passeio divertido em um momento que você gostaria de esquecer. Grupos pequenos podem ser prazerosos e enriquecedores. Tivemos sorte. Nosso grupo foi na medida certa (3 pessoas: eu, minha irmã e uma espanhola de aproximadamente 50 anos).

Ao fundo Carretera Panamericana.



No caminho para Chichicastenango percorremos a "Carretera Panamericana" e fomos ouvindo um pouco sobre a história e geografia do país, com direito a discussões políticas sobre Guatemala, Brasil e Espanha. 





A Carretera Panamericana foi idealizada em 1923, na V Conferência Internacional dos Estados Americanos. Vai do Alaska até a cidade de Quellón, em Ilha Grande de Chiloé, no Chile, com uma extensão com Buenos Aires, na Argentina. Apenas um trecho de 87 quilômetros impede a ligação total da Carretera. Este trecho é coberto pela selva e vai desde o extremo leste do Panamá até o noroeste da Colômbia.




Frutas no Mercado de Chichicastenango.
Em Chichicastenango fomos de fato apresentadas ao colorido do povo guatemalteco. Não é um colorido para turista. O colorido é do dia a dia. Muitos usam roupas típicas, como as que aparecem nas propagandas turísticas, principalmente as mulheres. O mercado da cidade é muito famoso e cheio de pessoas e produtos bem variados. As frutas sempre cercadas de abelhas, cortadas e prontas para o consumo. É só pagar e comer ali mesmo. Comer produtos em feira ao ar livre é por conta e risco do aventureiro. Nós só olhamos e ficamos tentadas.


A religião é um show a parte. Uma mistura de catolicismo com crenças maias. Nada parecido com o sincretismo religioso encontrado no Brasil. Na escadaria da Igreja principal uma multidão de fiéis com flores, incensos e dialetos. O interior da igreja é anterior ao barroco, e provavelmente por isso sua aparência seja tão nua. 


Recebendo informações do nosso guia.

Definitivamente duas coisas chamam a atenção: as confrarias, com seus fiéis ajoelhados em pontos específicos da Igreja, demonstrando uma fé que não sou capaz de alcançar e o costume de jogar bebida alcoólica na pinturas santas, como um ato de adoração. Por esse motivo as pinturas estão bem destruídas, além do efeito da fumaça que emana das dezenas de velas espalhadas pelo local. De acordo com nosso guia esse aparente desgaste provocado nas imagens não é mal visto, pois o importante são os hábitos da fé.








Igreja Principal de Chichicastenango.
O povo guatemalteco é predominantemente católico, com mesclas de cultos indígenas maias, mas as religiões de origem protestantes estão crescendo e em quase todos os povoados que passamos pudemos encontrar algum templo. Hoje (2013), a proporção está em aproximadamente 58% de católicos romanos, 40% protestantes, 1% religiões maias tradicionais e  1% outras religiões. Assim como vários países de língua espanhola, sua evangelização está ligada à colonização de caráter católico. Antes disso eles praticavam uma religião própria, com valorização da terra e da agricultura.



Mercado de Chichicastenango.




Lá fomos apresentadas ao hábito de pechinchar. Eu, particularmente, tenho muita dificuldade de pedir ou sugerir um preço menor por aquilo que desejo adquirir, mas descobri que era o costume e logo me senti parte de um jogo: conseguir o produto por um preço próximo à metade do valor inicial! 





O mercado de Chichicastenango é um dos mercados que se deve investir quando o assunto é artesanato, em especial colchas de cama, toalhas para mesa e outras tapeçarias: realmente lindas e por um preço sem igual!

O mercado de Chichicastenango não funciona todos os dias da semana. Funciona apenas às quintas-feiras e domingos, portanto programe sua viagem levando isto em consideração.

Aproveite a viagem!
Obs: Agradecimentos à Carine!!!!