Antígua
Vulcão Fogo dando sinal de vida. |
Antígua é a antiga capital da Guatemala. Ela perdeu seu posto de
capital após um terremoto, em 1776. A cidade é rica em edificações com caráter turístico.
Não faltam conventos, igrejas, pequenos museus e prédios do governo. É
considerada uma das mais bem preservadas cidades coloniais espanhola, na
América Central.
Você pode passar uns dois dias andando pelas ruas de pedras
irregulares da cidade e conhecer seus prédios, provar da sua comida, gastar seu
quetzal em artesanato, chocolate e jade e ainda aproveitar para subir um dos
vulcões que ficam próximos à cidade. Com exceção do jade, foi isso o que
fizemos!
Ficamos no hotel "Camino Real Antígua".
Bem próximo ao centro da cidade, com uma arquitetura lindíssima, comida e
serviço de deixar saudades. Nós apenas ficaríamos em Antígua no dia que
chegamos e no dia seguinte, portanto tivemos que escolher o que visitar.
Praça Maior. |
Neste primeiro dia andamos pela praça central,
conhecida como Plaza Mayor (assim como todas as praças de colonização
espanhola) e sentamos para acompanhar o povo passar. Pode parecer perda de
tempo, mas é sempre uma experiência interessante ver o ritmo real da terra que
você está visitando. Os estudantes utilizam uniformes bem parecidos com aqueles
que aparecem em novelas mexicanas. Os senhores mais idosos com chapéus de
vaqueiros e muitas mães com filhos ao redor de suas saias coloridas...
Aproveitamos e andamos um pouco pelo comércio local,
com direito a uma papelaria no estilo das que encontramos em cidades do
interior do Brasil e .... a cereja do bolo: um supermercado! Temos o hábito de
sempre passear nos supermercados das cidades que visitamos. É lá que está o
pessoal de verdade. A princípio o supermercado "La Bodega" parece
pequeno, mas ele é bem profundo e vende de tudo. Não é apenas comida e material
de higiene. Tem roupa, objeto de decoração, material de papelaria... rústico na
aparência, mas rico na variedade. Lá compramos café, feijão e um livro escolar
sobre a geografia da Guatemala. E junto com a minha colcha de
Chichicastenango...foram as maiores preciosidades que trouxe da Guatemala!
Museu do chocolate. |
De lá passamos no Museu do Chocolate e em outros
pontos que vendiam o melhor do cacau: chocolate! A cidade é rica em cafés,
escolas de intercâmbio de idiomas, tem algumas pequenas livrarias, e como não
podia deixar de ser...lojas de artesanato, desde o mais simples ao mais
sofisticado e especializado em jade.
Na cidade há muitos turistas europeus e americanos,
facilmente identificáveis. Não fomos na alta temporada, mas nos informaram que
na alta temporada o predomínio é de italianos e japoneses. Mesmo estando na
baixa temporada deu para perceber como a cidade é conhecida por outros povos,
que não o brasileiro. Seus serviços de turismo, desde alojamentos a atividades
culturais e de aventura, mostram como a rotina da cidade é intensa na maior
parte do ano.
Arco de Santa Catarina. |
Jantamos em um restaurante próximo ao Arco de Santa
Catarina. Como sempre, comida boa e ambiente agradável, do jeito que o turista
merece! O jogo de luzes à noite deixa o Arco muito bonito. Este Arco ligava o
Convento de Santa Catarina a uma escola. As freiras enclausuradas o utilizava
para passarem de um ponto à outro sem serem vistas. Atrás do Arco pode-se
observar facilmente a meta do dia seguinte: Vulcão.
Na verdade o vulcão que fica atrás do Arco de Santa
Catarina é o vulcão Água. Os outros dois da cidade são o Acatenango, cuja
última erupção foi em 1972 e o outro é o vulcão de Fogo. Esse último continua
soltando fumaça e gás, em pequena atividade, sendo a última grande erupção em
setembro de 2012. Nosso destino não foi nenhum desses. Fomos ao Pacaya.
Vulcão Pacaya. |
No momento, novembro de 2013, o status do Pacaya é
"em erupção". Em 14 de maio de 2013, dia do passeio, ele estava
comportado, porém não era mais permitido chegar até ao que costumamos chamar de
"boca do vulcão", pois a erupção de maio de 2010 deixou um estrago
considerável, matou um jornalista, atingido por uma pedra lançada após a
erupção, fechou o aeroporto de Aurora, na cidade da Guatemala, a 50 km dali,
sem contar com a devastação da vila que fica na sua base. Sim ...tem uma vila na
base do vulcão...
Chegando ao Pacaya, com ajuda da amiga mulinha!! |
Pacaya é classificado como de erupção estromboliana, o que
significa levemente explosivo, com colunas de cinzas, separados por períodos de
calma de duração variável.
Subimos o Pacaya num desses períodos de calma. Ele
é considerado o mais ativo da América Central e é para lá que eles levam os
turistas...talvez para aumentar a emoção! Ele fica há uns 20 minutos de carro
de Antígua, no Parque Nacional Pacaya, responsável pela fiscalização do acesso
ao vulcão.
Para iniciar a subida paga-se uma pequena taxa na
entrada do Parque, que conta com o apoio de banheiros, guia local (obrigatório)
e mulas para ajudar na ascensão. Não é necessário apoio de mulas para subir o
Pacaya, mas a pressão que os guias locais fazem é bem grande e fui convencida
facilmente. Minha irmã, que não tem um currículo de sedentarismo como eu, subiu
tudo à pé, sem qualquer problema, assim como outros turistas que lá estavam,
inclusive idosos.
A experiência de subir um vulcão é algo que vale à pena.
Inicialmente a paisagem é de bosque, com aldeões colhendo madeira pelo caminho,
vista bonita, você colhe algumas frutinhas no trajeto, recebe algumas
informações do guia e de repente tudo muda e você se encontra em uma paisagem
lunar, com um chão escuro, arenoso e uma ventania que te faz ficar atenta o
tempo todo. Neste momento você está
perto dos seus 2552 metros de altura.
Ao fundo: Fogo, Acatenango e Água. |
Como já mencionei, não é mais possível chegar até a cratera do
vulcão. Os guias, inclusive, estão lá também para te impedir dessa aventura.
Apesar disto, chega-se a uma altura em que é possível encontrar "fogueiras
naturais", com fumaça saindo do chão. Dá para se abaixar e se esquentar um
pouquinho, afinal a ventania é forte! Para voltar você pode ir deslizando,
mesmo que não queira, pois o rolamento das pedras de lavas solidificadas farão
o serviço para você. Neste caso, eu não precisei da ajuda da mulinha e desci
dignamente, à pé! É um passeio que toma apenas parte da manhã. Aproximadamente
1 hora e meia para subir e 40 minutos para descer. Voltamos à Antígua para
continuar a diversão.
Se o cachorro está subindo o vulcão...tudo deve estar bem! |
Pacaya |
Esquentando as mãos. |
Banheiro de apoio, próximo ao final da subida ao Pacaya. |
De volta à Antígua, almoçamos numa espécie de
self-service, próximo ao Mercado Municipal. Comida e ambiente simples. Depois
continuamos perambulando pela cidade, observando as lojas, os prédios com suas
paredes largas, casarões com pilares e arcos, e os velhos ônibus comprados dos
americanos. Esses ônibus foram coloridos e adaptados pelos guatemaltecos para
servir de ligação entre as cidades.
Tuk tuk |
Quando eu já estava quase entregando os pontos e
pedindo para voltar para o hotel, minha irmã sugeriu mais uma experiência:
andar de tuk tuk até as ruínas do Convento de Santa Clara. Essa é uma das
vantagens de viajar com companhia: sugestões novas quando sua imaginação já não
está mais dando sinal de vida.
O motorista do tuk tuk vai olhar para você é
cobrar de acordo com seu aspecto. Se você tiver aparência de maia, você pagará o
preço justo e se tiver cara de turista...precisará agradecer e perguntar para
outro motorista e aí sim, começar a descobrir o verdadeiro valor da corrida. O
tuk tuk é bem pequeno, com espaço apenas para o motorista na frente e dois
passageiros atrás.
De aspecto frágil, é um transporte comum nesta região da
Guatemala.
Já entrei rindo no carrinho, esquecida de todas as
dores nos meus pés, castigados pelas pedras do Pacaya e pelo chão irregular da
cidade (ainda bem que subi o vulcão de mulinha!!). Após rápidos sacolejos
chegamos ao Convento e vimos que a distância não necessitava tanto assim de um
automóvel, mas poder andar de tuk tuk valeu a pena, ainda mais se o cansaço do
final do dia estiver falando alto.
Ruínas do Convento de Santa Clara. |
Paga-se uma pequena taxa para entrar nas
ruínas do Convento. O local é muito bonito, todo ajardinado e com uma fonte
central. Através de propaganda na televisão do nosso hotel descobri que o Convento
é utilizado para festas de casamento. No momento em que estávamos lá
encontramos um casal de noivos tirando fotos. Demos felicitações aos
recém-casados, que não cabiam em si de tantos sorrisos.
Ruínas do Convento de Santa Clara. |
O Convento de Santa Clara possuía dois pavimentos e
ainda é possível chegar ao segundo andar, de onde se tem uma vista bem legal de
um dos vulcões, através de uma janela central do que acredito ter sido uma
espécie de mezanino. As ruínas atuais são o que sobraram do terremoto de 1773
daquilo que foi concluído em 1734, porém sua data de fundação é 1700, com uma
destruição anterior por terremoto em 1717. Da construção original só existem
registros escritos. Lá a terra gosta de tremer.
Casal tirando fotos para o casamento. |
O espaço do Convento é
grande, uma vez que existiam celas para umas 46 freiras, enfermaria, noviciado,
sacristia, refeitório, cozinha e outras salas mais. O Convento fecha às 17:00
horas e de lá pegamos mais um tuk tuk e fomos direto para o hotel. Gasta-se
cerca de 40 a 30 minutos para passear pelo local. Caso o visitante esteja com
crianças, esse é um bom local para deixá-las correr.
Depois nos preparamos para a saída do dia seguinte,
às 4 da manhã em direção ao aeroporto de Cidade de Guatemala, com destino à
Tikal. Por isso, encerramos o dia no hotel com direito a piscina aquecida,
jantar e uma sessão de massagem maia, que nada mais é que ...uma massagem comum!
Nosso programa de viagem incluía um box de café da
manhã para os viajantes que saíam antes do café convencional. Caso este não
seja o seu caso, prepare na noite anterior algum lanche para levar, pois leva
uma hora de carro de Antígua até o aeroporto La Aurora, e dependendo do horário do seu voo, você não encontrará nada aberto para comprar comida.
Aproveite a viagem!