terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Guatemala 3: Panajachel e São Tiago de Atitlán


PANAJACHEL E SÃO TIAGO DE ATITLÁN

Lago de Atitlán a partir de Panajachel


De Chichicastenango partimos para a cidade de Panajachel, com o Lago de Atitlán. Almoçamos no restaurante "Atlantis café e bar", com ambiente acolhedor e boa comida.

A comida guatemalteca possui, com certeza, um dos temperos mais agradáveis que já provei. Inicialmente temi que fosse apimentada como a mexicana, mas tudo o que é pimenta vem a parte. Eles sabem fazer combinações agradáveis e com fartura, sem cair no exagero dos pratos americanos. Sem dúvida uma cozinha que merece ser provada! Não importa se o restaurante possui um estilo mais simples ou se trabalha no padrão gourmet, a comida é no mínimo boa. Durante toda a viagem pudemos provar do simples ao delicioso.

Tuk tuk em Panajachel

A cidade de Panajachel é um centro comercial pequeno para os padrões brasileiros, mas é o ponto de chegada dos turistas da região. De lá saem lanchas para as vilas ao redor do lago. Nós alugamos uma para nosso grupo de três turistas e um guia, que foi transformada em uma viagem mais particular ainda, pois a outra colega de viagem passou mal e ficou no hotel. Existe a opção de pegar um dos barcos públicos, que saem a cada 20 minutos, em direção aos povoados do lago, ou utilizar barqueiros particulares, que foi o nosso caso, uma vez que este serviço já estava incluído em nosso pacote.

Em Panajachel ficamos no hotel "Porta Del Lago Hotel", que como o nome já sugere, fica de frente ao Lago Atitlán, com a vista dos quartos para os vulcões.

Medicina do Botequín

No hotel, fui convidada a ir ao "botequín". Isso mesmo. Precisei de um remédio para impedir enjôos, uma vez que não estava disposta a estragar o dia do passeio no lago com uma sessão de "mulher mareada". O recepcionista disse que era só esperar que ele iria ao "botequim" pegar o remédio. Eu sei. Também pensei que ele iria trazer uma copinho de cachaça para me deixar chumbada de vez e assim não ficar mareada .... e sim bêbada. Seria uma boa solução! Porém, fui apresentada mais uma vez a minha santa ignorância. O rapaz voltou com um anti-emético, já que ele estava retornado de uma "pequena botica"... uma "botica pequenininha" farmácia! Nada mal para lembrar que espanhol pode ser fácil para uma nativa de língua portuguesa, mas não é a mesma coisa.


No barco, rumo a Santiago de Atitlán.

No dia seguinte à chegada em Panajachel, fomos para São Tiago de Atitlán, que é considerada a maior e mais importante vila ao redor do Lago de Atitlán, depois de Panajachel. Além de Panajachel e São Tiago, outras vilas mais conhecidas são São Pedro, São Marcos e Santa Catarina de Palopó. Quem for optar por um período maior na região do Lago Atitlán poderá aproveitar o que cada uma dessas vilas oferecem. Desde opções de ecoturismo, massagens, yoga e espaços para meditação, passeio no mirante do Cerro Tzankujil, na vila de São Marcos, até o simples andar a esmo por estradinhas de terra das vilas.

A vila de São Tiago de Atitlán possui um mercado de artesanato logo na entrada, após o pier, com preços que seguem o mesmo esquema do pechinchar descoberto por nós em Chichicastenango. 

Frutas e legumes são facilmente encontrados espalhados em cestas pelas ruelas da vila.


Tudo muito colorido e com movimento, com destaque para os quadros feitos pelos artistas da região. 

Na igreja católica do local continua a mistura de santos católicos com figuras maias, com destaque à referência da imagem de Maximón.


Santiago de Atitlán

Tela típica de Santiago de Atitlán.

Imagens em  igreja de Santiago de Atilán.

   
    



Adoração à Maximón.

Maximón é uma história a parte. Pelas informações recebidas, Ele é uma imagem de madeira que representa a reencarnação do Deus maia Mam, que a cada ano permanece em uma casa da vila. No mês de maio Ele fica cada dia em uma casa diferente, como se fosse uma romaria. Essa imagem veste roupas ocidentais e a Ele são oferecidos cigarros, apagados e acesos, dinheiro e bebida...inclusive álcool e coca-cola! A explicação é que não importa o que se ofereça, desde que seja algo que você também consuma e goste. 

Detalhe do teto da sala onde ficava a imagem de Maximón.

Na sala onde fica a imagem de Maximón, o teto é repleto de fitas, folhas e animais empalhados. Todo o espaço é ocupado! O vazio não tem vez. Nesta sala também ficam algumas pessoas, como guardiões da imagem. Alguns em transe e outros conversando sobre o que pareceu para mim, banalidades do dia-a-dia. Com respeito e silêncio o turista pode entrar e tirar fotos, mediante módica paga.


Vulcões encobertos.

O lago de Atitlán oferece imagens cinematográficas. Poderia usar outro adjetivo? Sim, mas não estaria dando a impressão correta. A paisagem é realmente deslumbrante, levando em consideração que os brasileiros não possuem brumas cobrindo vulcões. Talvez venha daí todo o nosso encantamento. 

Ao entardecer, horário em que chegamos na cidade de Panajachel, as brumas cobriam os três vulcões...e foi um tanto decepcionante, pois a escolha do hotel foi vinculada à vista. Porém, na manhã seguinte, antes de seguir para o passeio de lancha em direção à Santiago de Atlitán, recebemos um café da manhã com os vulcões São Pedro, Tolimán e Atitlán ao fundo, em uma manhã ensolarada. Como não é de se estranhar, o Lago possui origem vulcânica e sua fama vem de ser considerado um dos mais belos lagos do mundo.

Vulcões em Atitlán.



Elefante engolido pela serpente.

Quem já leu "O Pequeno Príncipe", mesmo que não tenha gostado do livro, vai encontrar aqui o elefante engolido pela serpente, logo à frente de um dos vulcões. Isso mesmo. Antonine de Saint-Exupery, viveu na Guatemala em 1937 e ficou algum tempo em uma das vilas que circundam o Lago. Lá, aparentemente se inspirou em uma formação rochosa à frente de um dos vulcões que tem o contorno descrito no seu livro. A identificação é fácil, pois realmente são similares...e no livro de Exupery você também encontrará os três vulcões.

Aproveite a viagem!

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