PANAJACHEL E SÃO TIAGO DE ATITLÁN
Lago de Atitlán a partir de Panajachel |
De Chichicastenango partimos para a cidade de Panajachel, com o Lago de Atitlán. Almoçamos
no restaurante "Atlantis café e bar", com ambiente acolhedor e boa
comida.
A comida guatemalteca possui, com certeza, um dos
temperos mais agradáveis que já provei. Inicialmente temi que fosse apimentada
como a mexicana, mas tudo o que é pimenta vem a parte. Eles sabem fazer
combinações agradáveis e com fartura, sem cair no exagero dos pratos
americanos. Sem dúvida uma cozinha que merece ser provada! Não importa se o
restaurante possui um estilo mais simples ou se trabalha no padrão gourmet, a
comida é no mínimo boa. Durante toda a viagem pudemos provar do simples ao
delicioso.
Tuk tuk em Panajachel |
A cidade de Panajachel é um centro comercial
pequeno para os padrões brasileiros, mas é o ponto de chegada dos turistas da
região. De lá saem lanchas para as vilas ao redor do lago. Nós alugamos uma
para nosso grupo de três turistas e um guia, que foi transformada em uma viagem
mais particular ainda, pois a outra colega de viagem passou mal e ficou no
hotel. Existe a opção de pegar um dos barcos públicos, que saem a cada 20
minutos, em direção aos povoados do lago, ou utilizar barqueiros particulares,
que foi o nosso caso, uma vez que este serviço já estava incluído em nosso
pacote.
Em Panajachel ficamos no hotel "Porta Del Lago
Hotel", que como o nome já sugere, fica de frente ao Lago Atitlán, com a vista
dos quartos para os vulcões.
Medicina do Botequín |
No hotel, fui convidada a ir ao
"botequín". Isso mesmo. Precisei de um remédio para impedir enjôos,
uma vez que não estava disposta a estragar o dia do passeio no lago com uma
sessão de "mulher mareada". O recepcionista disse que era só esperar
que ele iria ao "botequim" pegar o remédio. Eu sei. Também pensei que
ele iria trazer uma copinho de cachaça para me deixar chumbada de vez e assim
não ficar mareada .... e sim bêbada. Seria uma boa solução! Porém, fui
apresentada mais uma vez a minha santa ignorância. O rapaz voltou com um
anti-emético, já que ele estava retornado de uma "pequena botica"...
uma "botica pequenininha" farmácia! Nada mal para lembrar que
espanhol pode ser fácil para uma nativa de língua portuguesa, mas não é a mesma
coisa.
No barco, rumo a Santiago de Atitlán. |
No dia seguinte à chegada em Panajachel, fomos para
São Tiago de Atitlán, que é
considerada a maior e mais importante vila ao redor do Lago de Atitlán, depois
de Panajachel. Além de Panajachel e São Tiago, outras vilas mais conhecidas são
São Pedro, São Marcos e Santa Catarina de Palopó. Quem for optar por um período
maior na região do Lago Atitlán poderá aproveitar o que cada uma dessas vilas oferecem. Desde opções de ecoturismo, massagens, yoga e espaços para meditação,
passeio no mirante do Cerro Tzankujil, na vila de São Marcos, até o simples
andar a esmo por estradinhas de terra das vilas.
A vila de São Tiago de Atitlán possui um mercado de
artesanato logo na entrada, após o pier, com preços que seguem o mesmo esquema
do pechinchar descoberto por nós em Chichicastenango.
Frutas e legumes são
facilmente encontrados espalhados em cestas pelas ruelas da vila.
Tudo muito
colorido e com movimento, com destaque para os quadros feitos pelos artistas da
região.
Na igreja católica do local continua a mistura de santos católicos com figuras
maias, com destaque à referência da imagem de Maximón.
Santiago de Atitlán |
Tela típica de Santiago de Atitlán. |
Imagens em igreja de Santiago de Atilán. |
Adoração à Maximón. |
Maximón é uma história a parte. Pelas informações
recebidas, Ele é uma imagem de madeira que representa a reencarnação do Deus
maia Mam, que a cada ano permanece em uma casa da vila. No mês de maio Ele fica
cada dia em uma casa diferente, como se fosse uma romaria. Essa imagem veste
roupas ocidentais e a Ele são oferecidos cigarros, apagados e acesos, dinheiro
e bebida...inclusive álcool e coca-cola! A explicação é que não importa o que
se ofereça, desde que seja algo que você também consuma e goste.
Detalhe do teto da sala onde ficava a imagem de Maximón. |
Na sala onde
fica a imagem de Maximón, o teto é repleto de fitas, folhas e animais empalhados. Todo o
espaço é ocupado! O vazio não tem vez. Nesta sala também ficam algumas pessoas,
como guardiões da imagem. Alguns em transe e outros conversando sobre o que
pareceu para mim, banalidades do dia-a-dia. Com respeito e silêncio o turista
pode entrar e tirar fotos, mediante módica paga.
Vulcões encobertos. |
O lago de Atitlán oferece imagens cinematográficas.
Poderia usar outro adjetivo? Sim, mas não estaria dando a impressão correta. A paisagem
é realmente deslumbrante, levando em consideração que os brasileiros não
possuem brumas cobrindo vulcões. Talvez venha daí todo o nosso encantamento.
Ao
entardecer, horário em que chegamos na cidade de Panajachel, as brumas cobriam
os três vulcões...e foi um tanto decepcionante, pois a escolha do hotel foi
vinculada à vista. Porém, na manhã seguinte, antes de seguir para o passeio de
lancha em direção à Santiago de Atlitán, recebemos um café da manhã com os vulcões
São Pedro, Tolimán e Atitlán ao fundo, em uma manhã ensolarada. Como não é de
se estranhar, o Lago possui origem vulcânica e sua fama vem de ser considerado
um dos mais belos lagos do mundo.
Vulcões em Atitlán. |
Elefante engolido pela serpente. |
Quem já leu "O Pequeno Príncipe",
mesmo que não tenha gostado do livro, vai encontrar aqui o elefante engolido
pela serpente, logo à frente de um dos vulcões. Isso mesmo. Antonine de
Saint-Exupery, viveu na Guatemala em 1937 e ficou algum tempo em uma das vilas
que circundam o Lago. Lá, aparentemente se inspirou em uma formação rochosa à
frente de um dos vulcões que tem o contorno descrito no seu livro. A
identificação é fácil, pois realmente são similares...e no livro de Exupery
você também encontrará os três vulcões.
Aproveite a viagem!
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