quarta-feira, 5 de março de 2014

Aguas Calientes


Aguas Calientes - Peru


Não existe uma única forma de chegar à Aguas Calientes. Alguns vão de trem. Eu fui a pé.



Fiz a trilha Inca, acompanhada de um amigo, mais um grupo de turistas, que ao final da aventura já tinham se tornado amigos também. Fizemos o percurso em 4 dias e 3 noites e posso garantir que, graças a essa trilha, foi em Aguas Calientes que eu tomei o banho mais gostoso da minha vida!!!


Essa cidadezinha, que fica às margens do Rio Urubamba, serve de base de apoio e porta de entrada para quem quer visitar Machu Picchu (destino super recomendado!). Talvez o que tenha colaborado com que eu gostasse tanto de Aguas Calientes, a ponto de fazer um post sobre ela, é que na realidade eu não tinha expectativas sobre a cidade.





É uma cidadezinha bem pequena, e que de cara ela me lembrou um destino brasileiro. Ao comentar com meu companheiro de viagem que a cidade estava me remetendo a outro destino, meio constrangida, porque no fundo achava que não era possível eu estar fazendo tal associação, ele de cara acertou! Búzios! Pois é, nada a ver, né? Outro canto do mundo, outro astral, mas acho q foi a ruazinha cheia de restaurantes a meia luz, piso de pedra, aquele monte de turistas, sei lá, só sei que me lembrou a Rua das Pedras em Búzios! Vai entender...
Enfim, cidadezinha charmosa, principalmente à noite.



Nas opções de restaurantes: tudo quanto é variedade de comida. Nós, por fim, escolhemos uma pizzaria, que foi uma excelente escolha! Pizza assada na pedra... Uhhmmm adoroooo!!!! A bem da verdade, depois daqueles 4 dias à base de quinua... creio que poucas coisas eu não acharia deliciosas!

Lugar muito bom para compras também! Estou falando de artesanato, naturalmente. E olha que depois de dias em Cuzco eu imaginava que nada mais me interessaria no quesito compras. Mas gostei, variedade e bom preço! E certamente para quem não tiver tantos dias em Cuzco como eu tive, será um ótimo destino para compras! Eu pessoalmente adorei os produtos peruanos.



O grande atrativo de Aguas Calientes é ser a porta de entrada para Machu Picchu! É de lá que partem os ônibus para a Cidade Sagrada. Super simples o esquema. Tem ônibus saindo de 15 em 15 minutos. Não sei como seria na alta temporada, mas estive lá no início de novembro e foi bem tranqüilo para pegar ônibus.



Outra coisa que é muito famosa em Aguas Calientes, é a estação de águas que dá nome à cidade. Bem... eu não animei... entrar em piscinas ocupadas por tantas pessoas... Eu já tinha gastado toda a minha cota de coragem para encarar a Trilha Inca. Não sobrou nada pra estação termal, apesar de ser famosa por suas propriedades medicinais. De qualquer forma, fica a dica para quem tiver disposição para encarar!




No mais, fiquei hospedada numa pousada chamada La Cabana. Gostei. Boa cama, bom chuveiro, bom café da manhã e pessoas simpáticas, como aliás é característico do povo peruano.

Aproveite a viagem!









Guatemala 6: Cidade da Guatemala

Guatemala: Cidade da Guatemala


Museu Arqueológico Cidade da Guatemala.








A cidade é dividida em zonas numeradas. A zona mais turística é a zona 10, também conhecida como zona viva e é a mais cara. Para conhecer alguns pontos da cidade, fizemos um city tour, com um guia independente.
"Favela" guatemalteca.

Conhecemos o bairro nobre, com seus casarões e habitantes de ascendência européia. Depois o guia nos mostrou onde ficava a favela guatemalteca. Os dois mundos. Tudo com explicações sociais e econômicas, com destaque para a guerra civil que tomou conta do país. Um prato cheio para quem não quer apenas ver, mas também entender. 



Passeata GLS.


Fomos até o centro comercial e conhecemos os principais prédios do governo. Ficamos presos numa passeata de apoio ao público GLS. 








Conhecemos o Mercado Municipal, com seus andares de comida e artesanato. Esse mercado é melhor que o de Antígua e merece um tempo maior de passeio. Lá conhecemos e provamos frutas novas, milho dos mais variados formatos, cores e tamanhos, e doces que infelizmente não me recordo mais o nome. 


Produtos do Mercado Municipal












Na praça principal vimos o Palácio do Governo e entramos na Catedral da Cidade, com portões de ouro no seu interior e pobres sentados na escadaria da entrada. Somos o mesmo povo.

Palácio do Governo.

Catedral da Cidade da Guatemala.



Museu Arqueológico.
Encerrando a manhã, o guia nos deixou no Museu Arqueológico da Guatemala. Combinamos que nos pegaria em duas horas e assim passamos o resto da manhã e início da tarde, entre estátuas, estelas, maquetes de cidades maias e pedaços de pirâmide. A própria história da construção do Museu demonstra a situação de dominação e opressão que o povo guatemalteco enfrenta e enfrentou no passado. Ele foi construído para servir de local para as festas de aniversário de um dos presidentes do país. As festas duravam dias e os convidados definitivamente não eram representantes reais do povo.


Museu Arqueológico.



O dia seguinte foi o dia do retorno. Tristes por deixar o país, porém felizes por voltar para casa. Sempre um paradoxo.






No aeroporto passamos pela revista mais minuciosa de nossa viagem. Já na área dos portões de embarque, após passar por todos os pontos convencionalmente conhecidos por revistas de bagagem e análise de documentos, precisamos entrar em uma fila e todos os passageiros tiveram sua bagagem de mão exaustivamente checada. Percebemos que os demais passageiros estavam achando aquela vistoria estranha e muitos questionaram. Nenhuma resposta foi dada. Os guardas permaneceram calados e no máximo se limitaram a dizer que era uma operação de rotina. Pela expressão facial dos demais viajantes, aquela não era uma inspeção de rotina. De qualquer forma o único inconveniente para todos os que lá estavam foi o permanecer em pé por mais tempo e suportar o calor.

Apesar das questões sociais, o povo guatemalteco é sorridente, principalmente no interior. Muita simplicidade nas posses, mas sempre um sorriso na boca e nos olhos. Muito educado. Essa educação não aparenta ser para vender o turismo. Parece que realmente  está satisfeito com a vida e com o dia. O que não significa conformismo ou passividade, pois a história recente deles mostra uma guerra civil que tirou de quem tinha pouco e de quem tinha quase nada. O acordo de paz que pôs fim à guerra civil de 36 anos foi assinado em 1996. As mudanças aconteceram, mas assim como nós, a Guatemala tem muito o que mudar no campo social e econômico. No turismo, são de tirar o chapéu.


Aproveite sua viagem!
Obs: Mais uma vez, agradecimentos à Carine!


terça-feira, 4 de março de 2014

Guatemala 5: Tikal

Guatemala 5: Tikal



O terminal de La Aurora, para voos com destino à Tikal, fica um pouco mais afastado do complexo principal. O local parece um hangar para aviões particulares. Os aviões são menores. Voamos num modelo ATR-42 da TACA, com 42 assentos. É um turbo-hélice e nós nunca havíamos viajado num desses. O único inconveniente para turista é a bagagem. Devido ao tamanho da aeronave achamos melhor deixar as malas no hotel na Cidade de Guatemala, uma vez que voltaríamos para lá, e viajamos com uma bolsa de mão, com aquilo que achávamos que iríamos precisar. Fizemos isso pois conhecemos alguns relatos de pessoas que voaram em aeronaves de pequeno porte e que além de pagar pelo excesso de peso, chegaram no destino sem as bagagens. Só no voo seguinte é que chegaram as malas, quando chegaram. Em Petén, distrito em que está localizado Tikal, o aeroporto Internacional Mundo Maya, é mais conhecido como Flores, uma vez que este é o nome da cidade.



Modelo  ART - TACA


Uma vez recepcionadas pelo nosso novo guia em Flores, fomos para o hotel "Villa Maya Hotel". O hotel fica a uns 45 minutos do Parque Nacional de Tikal. Ele fica em uma reserva natural privada, às margens da lagoa Petenchel e Monifata. O verde é o que domina. O hotel possui bicicletas para os hóspedes passearem pela área, mas o calor não permitiu o passeio. O visual é muito agradável. Os quartos ficam em bangalôs com vista para o lago...e o lago possui algumas placas avisando para tomar cuidado com os crocodilos. Felizmente ou infelizmente...não vimos nenhum.

Vista do restaurante do hotel.
Minha irmã conferindo a existência de crocodilos...
                                                                 
Perigo: Crocodilos.












Logo cedo, no dia seguinte, partimos em uma van para Tikal, com um grupo de turistas argentinos, espanhóis e chilenos. Na entrada do Parque há uma lanchonete simples e algumas tendas de artesanato. Os preços são maiores aos encontrados em Chichicastelnango e São Tiago de Atitlán, portanto tratem de fazer suas compras nas cidades citadas! Afinal de contas seu quetzal deve ser valorizado! 

Entrada do Parque de Tikal.
Para andar por lá, o melhor é usar calças compridas, de material confortável, bota ou tênis, também confortáveis, chapéu ou boné. Não esqueçam do protetor solar, repelente, garrafa de água e máquina fotográfica. Esses itens são fundamentais para um tour agradável. Se você não optou por um pacote que inclua o almoço no restaurante, ou decidiu fazer o passeio sem pacote turístico, prepare alguns lanches para levar, pois a caminhada é longa e a lanchonete na entrada do parque é bem básica.

Tikal é um passeio obrigatório, mesmo que você já conheça alguma cidade arqueológica maia. Sempre é uma visão de encher os olhos! O Parque é grande, com muitas pirâmides, muito verde e muito barulho de macaco. Os macacos realmente gritam e para quem não é avisado com antecedência acaba achando que tem algum perigo próximo.



                                                                                 











Tikal é melhor que Chichen Itzá, no México, uma vez que em Chichen Itzá as bancas de artesanato invadiram a zona arqueológica, disputando espaço com os templos. 


Acesso ao Templo IV.
O ponto alto é a subida ao topo do Templo IV, com 65 metros de altura e que te coloca acima do nível da floresta. Para chegar até lá existe uma escada que tornar tudo menos cansativo. Até chegar neste Templo você terá andado entre vários outros templos, praças e complexos cerimoniais. Receberá muita informação do guia, identificará estelas, macacos e árvores. Algumas das árvores possuem um porte que necessita de várias pessoas dando as mãos para conseguir abraçá-las.

Tikal quer dizer "Lugar de Vozes" ou "Lugar de Línguas". Foi  declarado Patrimônio cultural e natural da humanidade, pela UNESCO, em 1979. Ocupa uma área de 576Km², porém a área mapeada é de 16 Km². Fizemos um passeio que durou apenas a manhã, encerrando com almoço no próprio Parque, em um restaurante de apoio. Porém, o guia nos informou que existem outros passeios guiados que duram o dia inteiro. Tudo de acordo com o gosto do cliente. Não importa o tipo de passeio que você for optar, desde que esteja pronto para caminhar e goste de natureza e arqueologia. Se você for deste tipo terá ganhado o dia.


Ixpanpajul.
No dia seguinte retornaríamos para Cidade da Guatemala apenas no final da tarde e por isso teríamos a manhã livre no hotel. Optamos por fazer um passeio no Parque Natural Ixpanpajul. O recepcionista do nosso hotel fez o contato  com o Parque, que enviou um veículo para nos pegar. Este parque possui várias opções de atividade: Tarzan canopy tour, zip line, Tarzan canopy noturno, safari noturno, observação de aves, passeios de cavalo... Como nosso tempo era curto, optamos por zip line, ou seja, arvorismo.


Ixpanpajul.
 Durante todo o trajeto fomos guiadas por dois instrutores e em cada ponto de troca de árvore tivemos nossa segurança checada. Como fizemos o percurso próximo às 10 horas, o sol já estava bem quente e por isso não fomos acompanhadas pelos macacos e pelas aves. Nós gostamos de arvorismo e se você também gosta ou acha que pode ser interessante...não deixe de fazer. Não é necessário ter preparo físico. Existem lugares no Brasil que tem fama de possuir trilhas de arvorismo mais longas. Só conheço uma que existe na região de Canela e Gramado. Este de Tikal é mais interessante pois é em mata "quase" fechada. Digo quase fechada pois querendo ou não, mesmo de forma controlada, já tem a mão do homem.




Atenção! Na região de Tikal, inclusive na área de nosso hotel, é comum a presença de mosquitos. Não esqueçam do repelente na bagagem.


Na saída, no aeroporto de Flores, sua bagagem, tanto de mão quanto a que é despachada, é vistoriada. Não sei se isso é rotina, mas tivemos que abrir nossas malas, o que sempre gera tensão quando você não está na sua terra natal.

Aproveite a viagem!

Guatemala 1: apresentação

Guatemala


Cidade da Guatemala
Viagem realizada em maio de 2013, com minha irmã.


Guatemala não é um destino comum para o turista brasileiro. Exatamente pela sua pouca divulgação esse país acabou chamando nossa atenção. Com vontade de conhecer algo que realmente pudesse ser uma experiência incomum, abandonamos a oportunidade de passear por Nova York e decidimos partir para o aeroporto La Aurora.



Vulcão Pacaya


Guatemala está localizada na América Central, limitada ao norte e oeste pelo México, à leste por Belize e Honduras, além de uma faixa do Atlântico (Golfo de Honduras) e ao sul por El Salvador e pelo Oceano Pacífico. Lá é possível encontrar lagos, cadeias de montanhas, praias e vulcões. Quente nas planícies e frio nas montanhas. 








Ruínas do Convento de Santa Clara - Antígua
É um país com economia baseada na agricultura, com distribuição de renda muito desigual e que saiu de uma guerra civil há poucos anos. O quadro não parece tentador, mas estes aspectos sociais e econômicos não são tão distintos do que vivenciamos no Brasil. Portanto, não deixe se levar por relatos que frisem as partes negativas da situação do país. O serviço de turismo da Guatemala é bem estruturado e é capaz de surpreender e  deixar o viajante encantando com o destino.



Tikal



Não existe voo direto Brasil/ Guatemala. É necessário uma parada no Panamá, porém é uma parada relativamente rápida, levando em consideração que o Aeroporto Internacional do Panamá é grande e você acaba se distraindo nas lojas. Este aeroporto é zona franca, portanto pode ser interessante para aqueles que gostam de compras de eletrônicos. 





Maximón - San Tiago de Atitlán

Caso o seu voo te obrigue a passar mais tempo nesta escala, existe a opção de passeio pelo Canal do Panamá. Para este passeio programe-se antes, pois você poderá fazer desde uma visita ao Centro de visitantes de Miraflores, um passeio de barco pelo canal até acrescentar atividades de ecoturismo,como caiaque, rafting pelo rio Chagres, trilhas e teleférico na região.



Existem outras opções de roteiro, que podem incluir regiões do Pacífico e do Atlântico, ou ainda com atividades mais específicas como observação de aves ou focadas em atividades de aventura. O trajeto descrito neste relato preenche bem, com conforto, 9 dias de viagem, incluindo ida e volta ao Brasil (Cidade da Guatemala, Chichicastenango, Antigua, San Tiago de Atitlan/Panajachel e Tikal). Além disso, recomendo este roteiro para quem não tem nenhum conhecimento prévio do país, como era o nosso caso.

Para os demais destinos da Guatemala, basta clicar nos nomes: chichicastenango, Panajachel e São Tiago de Atitlán, Antígua, Tikal e Cidade da Guatemala.


Aproveite a viagem!

Petén / Região próxima à Tikal