domingo, 21 de agosto de 2022

VATICANO COM CRIANÇAS

 VATICANO COM CRIANÇAS



Viagem em janeiro de 2020, dois adultos e duas crianças (8 e 13 anos).

Este passeio fez parte de uma viagem que incluiu outros destinos, todos na Itália. Neste post, nossas impressões e sugestões sobre visitar o Vaticano com duas crianças.


AGENDAMENTO PRÉVIO PARA OS MUSEUS

Visitamos o Vaticano antes da pandemia de Covid-19. Havia a opção de agendar on-line ou simplesmente enfrentar fila para adquirir o bilhete. Como não queríamos ter uma agenda presa por horários agendados, realizamos a marcação da visita na véspera e não encontramos dificuldades. Enquanto redigia este post, fiz tentativa para agendamento e não consegui na mesma semana. Portanto leve em consideração a época em que estiver viajando ou arrisque uma fila que tem fama de ser bem longa.

O agendamento é feito pelo site do Vaticano: vaticano agendamento. Optei pela visita livre, mas existem várias opções.

O agendamento on-line é mais caro que comprar na hora.

Verifique as datas de visitação, pois tem uma série de dias que ele não abre. Inclusive não abre nos domingos (o único domingo que abre é o último do mês).

Para crianças até 18 anos, o valor é a metade do inteiro.

O bilhete será enviado pelo e-mail.  No dia da visita apresentamos o e-mail de confirmação no hall do museu. Lá existem bilheterias especiais para cada tipo de ticket. Para entrar nesse hall havia duas filas, uma para agendamento on-line e outra para quem iria comprar na hora. 

Na bilheteria de agendamento on-line realiza-se a troca pelo bilhete físico, que deve ser mantido por toda a visitação.


VISITAÇÃO DA BASÍLICA DE SÃO PEDRO

São Pedro.

Para visitar a Basílica de São Pedro não é necessário pagamento, nem bilhete. Observe se houve modificações devido à pandemia de Coronavírus. Para tanto, acesse o site do Vaticano

O acesso é por uma fila distinta da fila dos museus do Vaticano.

É uma fila que costuma ser longa, mas não tem fama de demorada. Fui duas vezes (meses e anos distintos) e em ambas as situações não enfrentei fila. Sempre programo para datas de baixa temporada.

Você passará em detector de metais e farão vistoria na sua bolsa de mão.

Nesta viagem que fiz com as crianças, optei por visitar primeiro os Museus, uma vez que havia hora marcada para entrada, e visitamos a Basílica no final.

COMO CHEGAR

Como estávamos hospedados na região da estação de trem/metrô Termini, optamos pelo metrô e descemos na estação Otaviano. De lá andamos por cerca de 5 minutos até a entrada dos museus.

Para retornar, fizemos todo o percurso de volta à pé. No nosso caso foi um percurso longo, mas que se adequa a nosso perfil.

PREPARAÇÃO PRÉVIA

A visitação, tanto dos museus quanto da Basílica, merece ser trabalhada de acordo com o perfil/temperamento das crianças.

Os museus não são interativos, mas seu acervo é rico na capacidade de impressionar as crianças, de acordo com a forma que elas forem estimuladas durante a vida. Esse é um trabalho prévio que cada família deve fazer com os seus, para tornar a visita o mais prazerosa para todos.

Além de informar e aguçar a curiosidade previamente, lembre-se de realizar pausas para descanso, pois os museus são bem grandes. Lá há lanchonete/restaurante para reabastecer as energias  (e ao mesmo tempo esvaziar a carteira, pois tudo é muito caro). Lembre-as que estão no menor país do mundo! Esses detalhes costumam impressionar os pequenos.

Esfera de Bronze (Arnaldo Pomodoro), na Praça da Pinha 
Museus Vaticano.


A lanchonete fica estrategicamente alocada num ponto que dá para uma grande pátio com bancos à céu aberto, o que ajuda a mudar o ambiente, reduzindo a impressão de confinamento num prédio fechado.

Não subestime a capacidade da criança/adolescente se impressionar com esculturas ou outros objetos históricos/artísticos. Muitas das obras presentes fazem parte do diálogo escolar e até mesmo familiar. Tudo vai depender de como se chamar a atenção da criança para isso.

Os temas são variados: Egito, Mesopotamia, mapas, Grécia, Roma, temas com exposições sobre assuntos atuais, joias. Simplesmente um mundo de informações. Compare passado com presente. Pergunte sobre a opinião deles de forma específica (nada de perguntar "o que está achando"). Diga o que você faria de diferente se tivesse que trabalhar aquele assunto. Veja filmes e leia livros sobre os temas, caso queira algum ponto específico. Principalmente... não force a criança a ter as mesmas impressões que você. 

O que acredito que possa interferir de forma negativa na visitação é a quantidade de pessoas no local. Felizmente tive uma experiência positiva, não encontrando filas e não me deparando com ambientes lotados. Isso não costuma ser a regra. 

ESTRUTURA DOS MUSEUS E DA BASÍLICA DE SÃO PEDRO

Em ambos você encontrará acesso fácil a banheiros e acesso facilitado para cadeirantes. No caso dos museus também têm lanchonete. Tudo é caro.

BASÍLICA DE SÃO PEDRO


Como visitamos a Basílica no final do dia, a fila estava praticamente zero.

Logo na entrada já chama a atenção o tamanho dos portões e a sequência de estátuas observadas a partir da Praça de São Pedro.

Do chão ao teto a riqueza de obras é um prato cheio para qualquer observador.

No interior encontrará túmulos de figuras históricas, inclusive das duas únicas mulheres que foram enterradas dentro da Basílica: Rainha Cristina da Suécia e Santa Helena (mãe do Imperador Constantino - primeiro Imperador cristão).


Ao fundo, o baldaquino. À direita, escultura de São Pedro.

O baldaquino (estrutura com quatro colunas) marca o altar e sob ele está o túmulo de São Pedro.


Sobre o baldaquino é possível enxergar a cúpula da Catedral.

Pieta

Entre várias obras, não deixe de mostrar para seus filhos a Pietá, de Michelangelo. Ela está protegida por uma vitrine de vidro, pois em algum momento do passado ela foi agredida por um vândalo.

Praça de São Pedro.

MUSEUS DO VATICANO

Uma das primeiras salas está repleta de esculturas do mundo grego. Para meus filhos, que gostam de Pierce Jackson, foi um prato cheio.


Tentamos reconhecer os deuses e semi-deuses sem olhar as informações baseados apenas naquilo que sabíamos, como se estivéssemos brincando  de algum jogo.




Quando encontrávamos alguma representação de lenda ou evento histórico, aproveitamos para comentar a forma como foi representada.

Escultura Rio Nilo


A escultura do Rio Nilo: Por que um homem e várias crianças? O homem representa o Rio Nilo e as crianças seus afluentes.

Perseu e Medusa



Pelas imagens é possível observar que conseguimos um momento em que os museus realmente não estavam lotados. Isso faz muita diferença para que o passeio com crianças seja mais leve e agradável, pois a disputa por espaço se torna bem reduzida.


A maioria das salas são por si só uma obra de arte, pela riqueza de detalhe, materiais utilizados e disposição das obras.


A maioria dos turistas utiliza escadas para mudar de andar, mas há elevadores para pessoas que estejam com mobilidade reduzida.


Mostre para as crianças os detalhes e o trabalho desenvolvido em mosaico. Aproveite para indicar como conseguiam a lisura e semelhança com a anatomia humana mesmo trabalhando em pedra.



A existência de pátios externo permite um ponto de parada para aquelas crianças que ficam cansadas de lugares fechados. Caso seja esta a sua situação, permita uma parada para descanço nesses ambientes abertos.

Escada helicoidal dupla (Giuseppe Momo)


Essa escada, que encanta não só crianças mas também adultos, encontra-se próxima à saída dos Museus. Foi construída no início do século XX. Entregue uma câmera com as crianças e deixe-as criar imagens fotográficas nesta escada. Só lembre que em alguns lugares não é permitido fotos, como a Capela Sistina.

Prepare-se, divirta-se e aproveite a viagem com suas crianças.





domingo, 14 de agosto de 2022

VENEZA E PÁDUA COM CRIANÇAS

 VENEZA E PÁDUA COM CRIANÇAS

Viagem em janeiro de 2020, dois adultos e duas crianças (8 e 13 anos).

Este trajeto fez parte de um itinerário que envolveu outras cidades italianas. Neste post nossas impressões e sugestões sobre Veneza e Pádua com crianças.

Pádua não fazia parte do nosso planejamento inicial. Nosso destino escolhido, ao sair de Florença seria Veneza. Porém eu havia visitado Veneza há dois anos e considerei que a lotação da cidade poderia comprometer o aproveitamento do passeio. Por este motivo decidimos estabelecer Pádua como cidade base. A partir de lá faríamos um bate e volta até Veneza.

No final das contas, acabamos por pegar Veneza no curto período em que a cidade está vazia no que se refere a turistas e ao mesmo tempo tivemos a oportunidade de conhecer Pádua.

Ponte Rialto
Veneza

COMO CHEGAR  E COMO SAIR

Chegamos em Pádua através de trem regional da Trenitália.

Para chegar até Veneza utilizamos também trem regional da Trenilália, que vai e volta até Pádua com uma frequência grande. A viagem demora entre 30 a 50 minutos. Vai depender do tipo e horário de trem que você escolher.

Viagem em trem regional você pode comprar um pouco antes da saída, utilizando caixas com pessoas ou totens de autoatendimento (inglês, espanhol, italiano, alemão e chinês). Esses bilhetes precisam ser validados antes de entrar no trem e guardados durante toda a viagem. A validação é feita em máquinas que ficam ou nas plataformas ou nos salões da estação de trem.

De Pádua até o próximo destino (Roma) utilizamos a empresa Italo e para esta viagem compramos o bilhete ainda no Brasil, por ser mais barato a compra antecipada. Este bilhete você imprime ainda no Brasil e apresenta para o fiscal que encontrar dentro do trem durante a viagem. Esses bilhetes não precisam ser validados em máquinas da estação como os bilhetes dos trem regionais. Esses bilhetes específicos são validados pelo próprio fiscal, dentro do trem.

Pádua


ONDE FICAR

Nossa hospedagem foi selecionada pelo Booking e paga previamente. No local foi acertado apenas a taxa de turismo. 

Escolhi um apartamento que ficava 5 minutos à pé da estação de trem e próximo a alguns pontos turísticos da cidade.

Ficamos em um apartamento de um quarto e sala, num prédio residencial, próximo à Capela Delli Scrovegni. Com uma pequena cozinha, fizemos nossas refeições noturnas no próprio apartamento, assim como o café da manhã.

Na região encontra-se com facilidade mercados, farmácia e demais serviços como em qualquer cidade grande.

Costumo sempre estudar o trajeto entre o meu ponto de chegada nas cidades e o local de hospedagem. Vejo nome de ruas, pesquiso no google maps e analiso relato de turistas.

PÁDUA

Passeamos pela cidade no dia da chegada e na noite do dia seguinte. Como ficamos hospedados na região turística, conseguimos fazer tudo à pé, sem cansar.

Essa área verde fica ao redor da Capela Scrovegni (ponto turístico famoso pelas pinturas), bem próximo onde ficamos hospedados.

Caminhamos pela região partindo da rua Corso Giuseppe Garibaldi em direção à praça Prato del Valle. Neste percurso você passará pela parte histórica e verá alguns prédios históricos, restaurantes (comemos pelo caminho), visitamos algumas igrejas e na volta passamos em supermercado para garantir o jantar e o café da manhã do dia seguinte.

Praça Prato del Valle

Banheiros só encontrei em restaurantes e lanchonetes.

Igreja de Santo Antônio.

As igrejas de Santo Antônio de Pádua (franciscana) e de Santa Justina (beneditina) valem a visitação. Esta última me chamou a atenção pela quantidade de relíquias de mártires que encontrei por lá, inclusive São Lucas Evangelista. Ambas são grandiosas.


Relíquias de São Lucas - Igreja Santa Justa; Justiniana.
Relíquias de São Lucas

VENEZA

Chegamos pela estação Santa Lucia.

Uma vez fora da estação você irá se deparar com ruas de água. Pra mim foi um grande impacto.

Caminhamos em direção à praça Roma e de lá nos perdemos nos labirintos de ruas e pontes, sempre buscando pelas placas que indicavam a Praça de São Marcos.

Muitas pontes, muita água, muitas vielas.

Pelo caminho você verá lojas, restaurantes, lanchonetes, igrejas, prédios públicos.


Caso tenha que escolher o que ver, por ter pouco tempo, caminhe em direção à praça de São Marcos, visite a Igreja que é gratuita e compre, num prédio ao lado da Igreja (de frente para o mar), ingresso para os museus que ladeiam a praça de São Marcos (várias possibilidades de compra).

Igreja de São Marcos

Numa viagem anterior eu visitei todos os museus que ladeiam a praça, mas desta vez, com as crianças, apenas fomos à Igreja de São Marcos e passeamos à esmo pela região. Na visita aos museus é possível conhecer os calabouços.

Para entrar na Igreja não é permitido estar com malas ou mochilas. Tudo deve ser armazenado num depósito que fica num edifício do lado esquerdo de quem olha pra Igreja de frente.

Ponte dos Suspiros

Banheiros só no interior do trem (nas estações também tem e são pagos), em restaurantes e em alguns pontos específicos para turistas. Assim que chegamos na praça Roma (bem próximo à estação de trem) encontramos um. Esses são pagos.

Mapa dos banheiros públicos

Para retornar você pode buscar as placas indicando "Estação" e ir se perdendo novamente entre pontes e vielas. Nós voltamos de lancha. Os preços entre os que fazem este serviço são similares. Pegamos a que fica localizada nesta região dos museus da praça principal. Ainda é possível utilizar o sistema de ônibus aquático que é uma espécie de barcos e lanchas para uma maior quantidade de pessoas. Esses aí param em pontos específicos, como se estivessem parando em ponto de ônibus.

O retorno de lancha foi muito agradável e demorou em torno de 10 minutos.

 

Enquanto esperávamos o horário de nosso trem para Pádua, descansamos num parquinho próximo à estação. Os adultos tomando fôlego e as crianças brincando.

Caso busque informações sobre pontos turísticos em Veneza, acesse os links abaixo, onde descrevo alguns deles, numa viagem que fiz sem as crianças.

Veneza

Trem na Itália

Programe-se e aproveite a viagem!!!























































domingo, 7 de agosto de 2022

FLORENÇA COM CRIANÇAS

FLORENÇA COM CRIANÇAS


Viagem em janeiro de 2020. Dois adultos, duas crianças (13 e 8 anos).

Este trecho fez parte de uma viagem percorrendo, por trem, algumas cidades italianas, dentro do seguinte itinerário: Roma, Orvieto, Florença/Pisa, Pádua/Veneza, Roma/Bracciano.

Como é um roteiro com crianças, lembre-se: tenha um plano B quando encontrar algo fechado. Mantenha o humor. Faça pausas para descanso, de tempos em tempos. Carregue água. Durma bem. Não façam jejum. Evite multidões. Na verdade essas regras servem para ajudar no bem-estar em qualquer viagem.

CHEGANDO EM FLORENÇA

Partimos de Orvieto pela manhã, em trem regional da Trenitália e chegamos ainda pela manhã em Florença.

Já havia feito contato por Whatsapp com o responsável pelo nosso apartamento e assim que chegamos na estação de trem Santa Maria Novella, avisei que já estávamos na cidade e combinamos nos encontrar na porta do apartamento em 10 minutos.

A estação de trem Santa Maria Novella é bem maior que a de Orvieto. Conta com várias lojas e restaurantes e o movimento é bem intenso. Fique atento às crianças. Existe mais de uma entrada e saída no local, desembocando em ruas distintas.

Esta estação de trem, assim como outros pontos turísticos da Itália e outras estações maiores, contam com equipe do Exército Italiano.

Eu já havia estudado o trajeto da estação até o apartamento e chegar foi fácil. Mesmo assim, o local exige mais atenção, pois é uma cidade muito movimentada, com calçadas lotadas, ruas estreitas, com carros e pedestres circulando para tudo quanto é lado. Estude o trajeto até seu destino, caso tenha feito tudo de forma independente como nós fizemos. Isso vai diminuir a tensão por estar num país estranho e de língua diferente da sua nativa.

HOSPEDAGEM

Aluguei o apartamento via Booking. Pagamento realizado com antecedência, sendo necessário pagar no local apenas a taxa turística.

O responsável pelo apartamento nos esperou no local combinado. Atendimento cordial. Explicou o funcionamento da máquina de lavar roupas, disjuntor, em caso de algum apagão e funcionamento do chuveiro. Sugeriu alguns restaurantes e explicou como proceder quando do check out. Tudo muito prático e com localização que facilita o viajante independente a acessar rapidamente a maioria dos pontos históricos e a estação de trem.





Nosso apartamento ficava no último andar (se não me falha a memória... 3º andar). Se você tiver muita bagagem ou dificuldade de locomoção, isso pode ser um problema. Portanto, aconselho verificar esses detalhes quando fizer reserva.


A aparência externa do local não é bonita, pois fica numa rua onde existe um comércio de barracas de artigos de couro (muito frequentada por turistas), bem atrás do Mercado Municipal (que é uma ótima opção para refeições...quando você consegue entrar (o local é muito procurado por turistas e por isso está constantemente cheio). 

Escadas apertadas, dando impressão de confinamento. Imagino que isso deve ser uma constante em apartamentos na região, pois essa parte pertence ao centro histórico, sendo os prédios bem antigos. Apesar disso o apartamento é bem equipado, limpo e confortável. Além disso, a área pareceu ser segura (na área do Mercado Municipal e ao lado da Basílica de São Lourenço) - Via dell' Ariento.


Essa foi a segunda vez, em três anos, que fiquei hospedada em Florença, e da vez passada também fiquei na mesma região. A diferença é que da outra vez não levei as crianças, e fiquei em um hotel próximo ao Duomo. Ambos os lugares me atenderam muito bem, mas estando em maior número de viajantes, prefiro alugar apartamento.




Banheiro moderno, quarto de casal amplo, com TV e armário, sala/cozinha equipada com geladeira, fogão e máquina de lavar roupa, mesa, TV e sofá cama, além de wi-fi livre (senha do apartamento disponível).

PLANEJAMENTO PARA PASSEIOS COM CRIANÇAS.

Como já informei, já havia estado em Florença à pouco tempo, e explorado bem a cidade. Agora, com as crianças, o roteiro necessitava de adaptações.


Florença é uma cidade com muita coisa para ver, mas se não estruturar um roteiro, você correrá o risco de repetir mesmos estilos de passeios, o que pode tornar tudo muito tedioso para as crianças.

Passamos 3 noites na cidade e fiz um roteiro que evitasse a repetição. É uma proposta diferente, se comparado a um roteiro de perfil adulto. Se você gosta de Renascimento, Médices, Dante, Da Vinci, intrigas políticas...precisará passar uma vida na cidade. Mas se você é criança, repetir estes assuntos pode ser o fim da chance de uma viagem prazerosa.



Todos os passeios que montei, envolviam andar muito. Isso faz parte do nosso perfil. Portanto, se não for o seu, leve isso em consideração quando for acolher as minhas sugestões.

Em Florença você não encontrará banheiros públicos. Para isso, precisará entrar nos prédios turísticos ou nos restaurantes. Portanto, ao se alimentar ou visitar algum ponto turístico fechado, use os banheiros disponíveis.

Fonte de água? Eu encontrei apenas numa área afastada do centro histórico. Nas demais situações, utilizei minha garrafa previamente abastecida.

Como Florença é uma cidade que vive do turismo, está sempre lotada. Muita atenção quanto às datas, para fugir dos feriados e finais de semana. Não que isso garanta sossego, mas diminui a disputa pela espaço.

Descobri a melhor época para visitar a Itália: entre 7 de janeiro e o Carnaval. Este é o período de menor circulação de turistas. Chegamos no dia 5 de janeiro, e a cidade fazia juz ao "Inferno de Dante".  No dia 7, a cidade estava um Paraíso. Filas minúsculas e podendo se dar ao luxo de deixar as crianças circularem livremente pela Piazza della Signoria (onde fica a Galeria Uffizi e o Palácio Vecchio). Aliás, depois desse dia, todos as outras cidades visitadas, inclusive Roma, estavam com uma lotação que permitia uma circulação civilizada dos turistas.



Nosso roteiro:

Dia 1:
1- Chegada pela manhã e hospedagem;
2- Almoço;
3- Circular pelo centro histórico e reconhecer a cidade.

Dia 2:
1- Bate e volta à cidade de Pisa.

Dia 3: 
1- Museu Stibbert;
2- Igreja Santa Croce;
3- Palacio Vecchio;
4- Circular pelo centro histórico do Palácio Vecchio até o apartamento;

Dia 4:
1- Café da manhã e partir para o próximo destino.

Além do roteiro que fizemos, existem vários roteiros propostos pela empresa Firenze Card, entre eles "A Firenze con i bambini". Este roteiro inclui as seguintes atrações: Museo Sibbert, Museo di Storia Naturale; Museo degli Innocenti, Fondazione Scienza e Tecnica Planetario, Cupola, Campanile di Giotto, Torre di Palazzo Vecchio, Museo Galileo, Museo del Calcio e Museo del ciclismo Gino Barteli. 

Destes citados, fizemos apenas o Museo Sibbert, cuja descrição está mais abaixo, neste post. Já conhecia o Museo Galileo, mas preferi não incluí-lo, apesar de ter muitos atrativos (inclusive um macabro resto mortal de Galileu - um dedo). Também já havia visitado o Museo degli Innocenti, mas não coube desta vez no roteiro que criei, por ser mais contemplativo e sem área verde.

Museu Galileu.


Florença tem pouca área verde na parte histórica e se você pretende incluir alguma no seu passeio, por você ou pelas crianças, sugiro os seguintes pontos: Museu Sibbert, que possui um grande jardim, o Palácio Pitti, com o Jardim de Boboli, o Jardim Bardini e os jardins que se percorre desde a margem do rio Arno até a igreja de San Miniato al Monte, passando pela praça Michelangelo.

Jardim de Boboli.


ALIMENTAÇÃO

Em Florença há várias opções de tipo e valor de comida.

Por todo o centro histórico há restaurantes e lanchonetes. Restaurantes desde comida à la carte e ambiente climatizado, até cafés para comer em pé, com sanduíches e refeições rápidas.

Além de comida típica italiana e lanches rápidos, você encontrará restaurantes de comida oriental e árabe, normalmente mais simples, mas boa (sem luxo).

Um bom local para associar turismo com alimentação é o Mercado Municipal, que foi revitalizado há alguns anos e que possui, no andar superior, vários restaurantes e pontos de venda de comida. As lojas de comida ficam dispostas de forma a ocupar todo o salão, com várias mesas dispostas nos espaços entre elas. O esquema é pegar a comida e sentar em uma dessas mesas ou balcões que são compartilhados pelos clientes. Lá existem banheiros.
Mercado Municipal

Ainda há a opção de comprar comida pronta e comer em casa (fizemos isso num dia que retornamos de Pisa) ou mesmo comprar os ingredientes em vários mini supermercados espalhados pela cidade. 

Comprar comida para fazer em casa foi praticamente uma constante nos destinos em que alugamos apartamento. Isso permitia um jantar mais calmo e mais próximo da alimentação que praticamos no Brasil.

Procure levar uma ecobag na sua bagagem. Tenho feito isto nas últimas viagens e facilita muito a vida. Nos mercados europeus é costume o próprio cliente empacotar suas compras (e precisa fazer isso rápido, pois o caixa encerra sua compra e começa logo a computar as compras do próximo cliente) e as sacolas plásticas são pagas à parte, além de serem mais poluentes que um ecobag.

Em Florença, a estação de trem de Santa Maria Novella possui cafés e restaurantes, mas o ambiente é estilo fast-food (pegue no balcão, pague, sente (se possuir mesas) e coma.

Quanto mais afastado do burburinho turístico, mais barata fica a comida. 

FIRENZE CARD

Este bilhete permite acesso a vários pontos turísticos da cidade. Não recomendo para quem está com crianças e pretende ficar poucos dias, como foi o meu caso. Mas se você for ficar de três dias para mais, e pretende visitar o interior dos pontos turísticos, ele funciona muito bem e se torna vantajoso.

Utilizei em 2018, quando viajei sem crianças e tinha como objetivo visitar os vários pontos turísticos da cidade.

Para informações sobre modalidades, valores e pontos de visitação inclusos, acesse este link: Firenze card. Quando visitamos a Galeria Ufizi e a Academia de Belas Artes, ele fez a diferença, apesar de também termos enfrentado a fila de quem tinha o Firenze Card, que era menor que a fila de quem comprava o ingresso na hora.

Em 2019, mesmo quem tinha o Firenze Card necessitava agendar algumas visitas. Se não agendasse, teria que encarar a fila universal. Fique atento às modificações deste sistema, pois em 2020, com a pandemia (Covid-19), muitas modificações devem ter sido implementadas, não só no uso do Firenze Card, como no acesso normal aos pontos turísticos.

LOCAIS VISITADOS

Museu Stibbert

Museu Stibbert


Localizado na Via F. Stibbert, 26 é um museu pertencente à cidade de Florença que se iniciou como um museu particular. Possui um rico acervo de armas européias, japonesas e do oriente médio. Além do museu, o bilhete permite o percurso no que foram os aposentos da família e visita ao jardim.



Além da parte de armas, você encontrará mobiliário, pinturas, trajes e cerâmica.



Todo o trajeto é feito acompanhado por um guia, com um número específico de turistas por visita e com horários pré-definidos. Para atualização desses dados, confirme no link ao lado: Museo Stibbert. 

Para chegar ao museu nós fizemos todo o percurso à pé, pois essa era inclusive uma de nossas propostas: andar pela cidade. Verifique se este é o perfil de seu grupo! Caso contrário, você pode optar por fazer parte à pé e parte de trem (no site eles informam que você deve pegar o TRAM 1 para Florence Train Station e parar na estação Muratori ou Leopoldo Stibbert). Nós pesquisamos o trajeto no Google, tracei por segurança num mapa de papel e partimos. Gastamos 30 minutos e passamos por áreas residenciais.



Sem sombra de dúvidas foi um dos melhores passeios em Florença. Apesar do controle de lotação, o museu estava vazio no horário que fomos (quase uma visitação particular). Cada criança ficou com um celular e tiveram a missão de registrar o passeio. Sempre que possível pedia para buscarem um ângulo diferente de algum objeto.

Durante o trajeto a guia passava as informações. No nosso grupo ela nos guiou em italiano e inglês. O percurso dura aproximadamente 1 hora.



No final do trajeto há uma pequena lanchonete. Aproveitamos para  fazer um bom lanche para poder aproveitar o jardim e encarar o retorno até o centro histórico, onde iríamos passar o restante do dia.



O jardim é aberto ao público e compreende uma ampla área com cavernas, templos e fontes.


Igreja Santa Cruz (Santa Croce).



Entre tantas igrejas em Florença eu escolhi esta para levar meus filhos por também funcionar como um Panteão. Lá estão enterrados várias figuras históricas que eles já conheciam: Galileu, Marconi, Michelangelo, Maquiavel, Dante Alighieri (apenas uma homenagem, pois seu corpo está em Ravena), Rossini, entre outros.



Outro ponto que levou a esta escolha foi o fato dela possuir um claustro e algumas obras de arte, sem ser grande demais. Não é a mais rica em obras de arte, mas durante nossa viagem visitamos outras igrejas que atenderam este critério, e por isso tentei não ser repetitiva.


Apesar de não ter tantas obras de arte como outras igrejas, fique claro que lá encontrá trabalhos de Giotto, Cimabue, Donatello, Brunellechi, Vasari, Canova, Robbia e Bronzino.



Fica localizada logo ao lado do Rio Arno, tendo sofrido algumas enchentes. É uma basílica franciscana, cuja construção teve início em 1295. Na sua frente, uma grande praça: Praça de Santa Cruz.

Palácio Vecchio.



É um museu amplo, que foi por muitos anos o centro administrativo da cidade.

Na compra do bilhete você pode incluir a visita à torre e as escavações arqueológicas (teatro romano). Nós fizemos o circuito simples.



O local conta com banheiro, café, guarda volumes e loja de lembranças. Não é permitido fazer o circuito com mochilas. Elas devem ficar guardadas no guarda volumes.



Conta com horário estendido e no dia que fizemos o passeio ela ficaria aberta até as 19 horas. Isto favoreceu na montagem do nosso roteiro.

O prédio é grandioso e em estilo medieval. Com áreas abertas internamente no piso térreo, varanda com vista direta para a torre do relógio, escadas grandiosas, salões e quartos, com muitas pinturas e esculturas.



Vários cômodos serviram como aposentos da família Médice e como salas do sistema judiciário e administrativo florentino.

Um dos primeiros salões  (Salão do Cinquencento) é onde se encontra dois famosos quadros. Um encomendado à Michelângelo e outro à Da Vince, representando a Batalha de Anghiari e a Batalha de Cascina. A história da criação destes quadros remete a uma discussão entre os dois grandes artistas, para saber quem faria um melhor trabalho. No final das contas, eles não terminaram a obra e a conclusão da sala ficou a cargo de Vasari. No mesmo salão você encontrará a escultura do Gênio da Vitória, de Michelângelo.



Há uma sala  (Sala das cartas geográficas) com uma enorme esfera representando o mundo conhecido. Nesta sala as paredes são cobertas por mapas que ocultam armários. Um desses mapas é a cobertura de uma porta secreta.

Máscara de Dante.

Lá também se encontra a máscara funerária de Dante. E caso você se interesse pela história de Florença, saiba que Maquiavel viveu aqui por um tempo e que foi Savonarola quem encomendou o Salão do Cinquencento e rezou na capela do Palácio antes de ser queimado vivo, na Piazza della Signoria.

Circuitos realizados externamente.

Além dos pontos citados, que visitamos internamente, andamos por vários lugares que foram admirados por todos.

Ponte Vecchio, com suas lojas de ouro espalhadas na ponte.




Praça da Senhora (Piazza della Signoria). 



É a praça central da cidade e ligada às questões civis, em parte devido ao Palácio Vecchio, que está nas suas margens. Nas suas bordas você também encontra a Galeria Uffizi. 

Normalmente lotada de turistas (conseguimos passear com tranquilidade no final de um dia, quando já haviam encerrado as férias de final de ano europeu). 

Lá você encontrará várias obras famosas, como a Fonte de Netuno, a réplica de David, de Michelangelo, a estátua equestre de Cosme I, estátuas de Adão e Eva, além de "Logia dei Lanzi".

Logia dei Lanzi é uma porção da praça com um pórtico onde estão algumas esculturas como o Rapto das Sabinas e Perseu com a cabeça de Medusa, além de alguns imperadores romanos.

Duomo, Opera do Duomo, Batistério e Campanário.



O Duomo é o centro religioso da cidade. Normalmente os mapas turísticos o colocam no centro para facilitar a orientação do turista.

A visitação do Duomo e todo o seu complexo é paga. Na verdade, apenas o Duomo é gratuito, mas mesmo assim é necessário pegar um bilhete para entrar. Todo o restante precisa de ingresso e pagamento.

Nesta viagem, nós só apreciamos por fora. Numa viagem anterior, fiz todo o complexo, com exceção da subida à cúpula, que não havia mais vaga disponível (era por agendamento).

Do que conheci, avalio que apenas a Torre do Campanário possa ter algum atrativo para as crianças. A torre pode agradar por guardar um aspecto de aventura. Mas atenção, é uma subida longa em uma escada bem estreita. A mesma escada da subida é a que é utilizada para descida. Se a pessoa não gosta de lugares apertados, este não seria um programa adequado.

Campanário de Santa Maria Novella (foto de 2018).


O Duomo é extremamente imponente, mas por dentro é bem vazio, pois suas obras estão alojadas na Ópera do Duomo, logo ao lado e...paga. Na Ópera do Duomo estão as portas originais do Batistério. Como o espaço para circulação na Ópera, pode ser um bom ambiente para crianças e adultos circularem e admirarem obras de arte (destaque para obras sacras).

PISA



Fizemos um bate e volta logo pela manhã e retornamos depois do almoço. É um passeio que pode ser combinado com a cidade de Luca, mas nós optamos por visitar apenas Pisa e ao retornar à Florença, aproveitamos para descançar.

Catedral de Pisa, com Batistério ao fundo.

Saímos do apartamento e fomos para a estação Santa Maria Novella, onde compramos nos bilhetes nos totens de autoatendimento.


Como o trajeto já estudado e com Google maps no celular, partimos à pé da estação da estação central de Pisa até a área onde estão localizados a torre de Pisa, que é denominada Praça dos Milagres. Lá estará a torre (que é um campanário), a catedral, o batistério, o campo santo (cemitério) e o Museu della Sinopie.

Catedral de Pisa, com a Torre ao fundo.

Para acessar todos os prédios é necessário ter ingresso. Até para a Catedral, que não é paga, necessita de pegar o bilhete que é vendido num dos prédios que ladeiam a praça. Para subir a torre é necessário comprar ingresso com hora marcada.

Anjo caído, Pisa.

Eu considero o interior da Catedral de Pisa mais bonito que o da Santa Maria del Fiore (Florença). Caso pretenda visitar apenas uma, visite o interior da Catedral de Pisa e em Florença visite a Opera do Duomo. Se puder visitar as duas, aproveite.

Para retornar à estação, nós fizemos um caminho diferente da ida, para poder conhecer outro pedaço da cidade e acabamos por ir contornando os muros antigos que cercavam a cidade.

Muralha que cerca a cidade antiga.

Pesquise, programe-se e aproveite a viagem!